"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Linda é a sua mãe.





Depois de desde cedo ver minha família e muitos amigos homens classificando as mulheres em lindassimpáticas e/ou gostosas, com certa dose de resignação cheguei à conclusão de que estou no grupo das simpáticas (aquelas que não são lindas, mas arrumadas ficam até apresentáveis), e desde então passei a ver o mundo em tons mais machistas, perdão.

Eu não chamo de linda quem linda não me parece. E quando falo "linda", é "linda" mesmo. Beleza estética. Pra definir "beleza interior" eu uso outras coisas: inteligente, engraçada, tranquila, risonha, alegre, zangada, determinada...

Acho uma sacanagem virem me chamar de linda quando chamam de linda também a Grazi Massafera ou a vizinha inalcançável! Acho uma palhaçada também virem brincar com minha insegurança e baixa autoestima me chamando de linda quando na verdade querem me chamar de legal, engraçada ou inteligentinha.

Ow, não vou dizer que tô bem resolvida com isso, não estou. Mas não precisa me chamar de linda, sério. Isso me irrita, isso me zoa ironia, sarcasmo, palhaçada com minha cara e não me sinto elogiada. Não tenho problema nenhum em conquistar na lábia e não no peito, e não com o sorriso, e não com pernas. Acho a luta até mais digna, acho até que se não me chamarem de linda minha neura é menor, porque aí já fico sabendo que não é por isso que tá procurando conversa e isso me alivia, não me transtorna.

Todo mundo tem o direito de achar alguém bonito ou feio, normal. Isso existe. Eu fico p. da vida é com essa história de que "ah, você é linda por dentro!". Ah, vai tomar...! Diz tudo, tudo menos isso. Por favor. Diz que sou companheira, boa amiga, engraçada, louca, briguenta, sei lá, o que lhe convém, menos linda, menos bonita, porque eu me conheço, eu sou largadona, eu não sou menininha, eu não sou uma barbie, eu não sou modelo.

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