"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens

domingo, 21 de agosto de 2016

Te amar sem te querer [poesia-tentativa]

Quem me dera ler-me de novo em tuas linhas
Como eu gostaria que meu corpo fosse de novo teu papel

Te levar e te guiar por todos os lugares que eu falei
Desfrutar tua companhia, fazer nossas próprias leis

Ver teu sorriso aberto, raro, porém sincero
Sentir teu cheiro e sentir que ele é meu

Quem me dera poder te amar sem reservas
E tua falta só sentir pela distância

Ah, meu amor, quem dera eu pudesse reverter tudo
Refazer tudo, construir tudo de novo, mais uma vez.
Ou te arrancar do meu peito com facilidade
Te amar sem te querer.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Notas sobre o marasmo

Sem novidades. Nada. Silêncio.
Como vão as coisas?
O que você tem feito?
Sem novidades. Nada. Silêncio.

Tô lendo um livro.
Tô ouvindo um álbum antigo.
Descobri uma banda.
Escrevi uma poesia.
Assisti aquele filme que eu não tinha vontade de assistir.

Prometi aprender a tocar algum instrumento.
Descobri um café novo no centro da cidade.
                Mas estou sem novidades.
                Nada.
                Silêncio.

Pensei na próxima tatuagem.
Pensei no tema da dissertação.
Pensei no show que quero ir.
Pensei na composição que eu quero fazer.
            E na melodia que ela podia ter.
Pensei naquele passeio que fiz sem motivo algum.
Estou pensando no próximo passeio que, sem motivo algum, quero fazer.

Ignorei algumas tarefas.
Ignorei algumas falhas.
Parei de sonhar enquanto durmo, estou sonhando acordada.
                                                      Com os pés bem no chão
                                                      querendo ficar na meia ponta
                                                     (mas sem vontade alguma de voar).

Eu conheci algumas pessoas.
Eu desconheci algumas outras também.
Eu reaprendi alguns conceitos.
Eu deixei de gostar de algumas coisas.

Eu pedi desculpas.
Eu não me arrependi de várias coisas.
Eu saí sem beber
           E bebi de novo depois
Eu continuo dançando.

Mas eu estou sem novidades.
Nada.
Silêncio...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Quantos monstros eu tenho?

Emotional Innocence - Tim Parker

Quantos monstros moram dentro de mim?
Quantos monstros eu sou?
Quantos segredos eu guardo?
Quantos venenos eu tenho?
Quais os perfumes que eu não exalo?

Quantos medos eu perdi?
Quantos dedos já não tenho?
Quais os sonhos que ainda guardo?
Quais os tempos que eu não vivo?
Quais remédios eu não tomo?

Quantas máscaras eu uso?
Quantos limites ultrapassei?
Quantas fronteiras eu atravessei?
Quantos muros eu derrubei?
Quantos beijos desperdicei?

Quantas músicas não ouvirei mais?
Quantos músicos não verei mais?
Quantos shows eu darei?
Quantas vergonhas ainda passarei?
Quantos personagens eu vou encenar?

Quantas peças
Quantos dramas
Quantos ensaios...
Eu ainda vou atuar?
Eu ainda vou ser?

--

Quais as chances eu ainda conseguir ser aquilo que eu pretendo? Eu dou um pause, tento sumir por algumas horas, alguns dias, pra recolocar as coisas no seu devido lugar e perceber: eu sou um emaranhando de problemas, de confusões, de tanta coisa de mim mesma que eu não conheço, que eu mesma me assusto, eu mesma me envergonho de tanta coisa que está aqui transbordando em mim, sem eu querer que estivesse. Estou cansando de mim.

domingo, 20 de setembro de 2015

Jardim [poesia-tentativa]


Jardim

O que fizeram da gente?
O que fizemos de nós?
Que nós são esses que atamos?
Que laços são esses que não fizemos?

O que fizeram comigo?
Que partes de mim me deixaram?
Que partes novas para mim trouxeram?
O que levaram?

O que fazemos de nós?
O que fazemos a sós?
O que ganhamos ao dizer não?
O que perdemos ao dizer sim?

O que queremos para um, para dois?
O que fica com a solidão?
Quem se descobre?
Quem se encolhe?

O que morreu em mim?
Que parte vai reflorescer?
Onde estão minhas ervas daninhas?
Onde estão minhas amadas feridas?

Steffi.

The Goldfish Window - Childe Hassam

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ainda [poesia-tentativa]

El Suspiro - Decur

Ainda 

Rodeados de fios
De redes
De setas e telas
Botões e apagões
Ainda é possível

Ainda é possível
Aconchegar
Abraçar
Querer
Ter
Ser

Ainda é visível

O amor
A dor
O riso
p e r i g o s

Ainda é existente

O medo
A raiva
A angústia
Solidão

Ainda é raro

E caro

O abraço
A lembrança
A verdade
A alegria

repentinas
pequeninas

É uma música
Um conto,
Crônica, poesia...
Textos.
Palavras.

Uma peça
Um filme
Um ensaio
Ainda é possível ser gente


Steffi de Castro

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Tão longe tão perto

Tão longe tão perto


Olhe em seus olhos a te olhar.
Tu o vês profundo como o mar?
És sua voz também um cantar?
Quantas noites te fez sonhar?

Com quantas cordas a dedilhar
Te fez sorrir tal qual luar?
Com quantos versos a recitar
Fez tua doce alma levitar?

Por que insistes longes ficar
E tuas palavras aprisionar?
Podes deveras o coração trancar
E permanecer a me evitar?

Talvez seu merecimento deva estar
No simples gesto de te tocar.
De em teu peito se debruçar,
Na tua boca mergulhar...

Oh! Quão longo é meu penar
Sem teu mundo a me habitar!
Me sinto vago a caminhar
Caminhos, sonhos, teu lar...


Jh

sábado, 27 de dezembro de 2014

Mantê-lo.







Perder a respiração,
Perder a cabeça,
Perder a razão,

Pedir o perdão.

Perder o senso,
Perder os lenços
E os documentos,

Manter o sentimento.

Perder a curiosidade,
Perder a vontade,
Ficar com saudade.

Perder a vergonha,
Perder a moral,
Perder a promessa,
Perder a festa...

Manter o amor.
Manter o abraço.
Manter o desejo.
Manter o respeito.
Manter o segredo.
Mantê-lo perto.

Steffi de Castro. 27/12/2014

terça-feira, 17 de setembro de 2013

quebra minha cabeça

E as peças deste quebra-cabeça,
Eu quebrei,
Fiz questão de perder, inverti,
Me diverti desfazendo.


Não quero perder tempo com o que é complicado demais,

Prefiro nem esperar pela figura final.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Eu quero meio assim:

Não é que eu não seja romântica, é só que hoje eu só quero as coisas de um jeito um pouco diferente.

Eu quero muito mais a amizade e a cumplicidade
Do que o grito de que se está amando,
Eu quero muito mais a delicadeza e a preocupação
Do que a amostra escancarada de palavras que depois vão perdendo até a atração,
Eu quero compartilhar e não ceder,
Quero aprender e não só ensinar,
Eu quero viver e não me tolher,
Eu quero correr e não me refugiar.
Quero alguém que esteja do lado e não na minha frente e não atrás de mim,
Quero alguém que leia pra mim, que ouça minhas músicas e asneiras, que divida comigo o que acha interessante também.
Quero interesse e não só curiosidade.
Quero descobertas e não confissões.
Quero evolução e não arrumação.

E o pior é que se quer tanta coisa...

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sou a favor.

Sou a Favor


Eu sou a favor de você gostar de mim,
Sou a favor de você puxar conversa,
Sou a favor de você perceber que temos tudo a ver,
Sou a favor de você ficar com receio por causa do meu jeito,
Mas ainda assim tentar.

Sou a favor de você não mudar o papo
Mudar o tom;
Sou a favor de você não dar tchaus e não me desmerecer,
Sou a favor de você não achar que sou v1d4 l0k4
Ou que minha vida é louca e então fugir.
Sou a favor de qualquer encantamento que seja de verdade,
Por mim mesma, não pelo que disseram
Sim pelo que viu.

Sou a favor de um romance de vez em quando,
Sou a favor de ele até ser com você,
Sou a favor de tentar algo mesmo com tanta diferença aparente
Até porque eu sei, eu sei que você me entende.
São os mesmos gostos, quase a mesma mente.

Sou a favor de algo desse jeito,
Só porque você foi escolhido.
Sou a favor de que você não demore muito também,
Porque aí eu me desobrigo.

Desobrigo o coração e o pensamento
A fazer qualquer planejamento.
Desabrigo isso que eu estou sentindo
E estou querendo.
Desobrigo, desabrigo.



Steffi de Castro

Fotos de la biografía | via Facebook


Para o escolhido, ele não vai saber que é ele.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Mal me quer.

Ser a segunda opção
Eu sei bem.
Eu sei bem, meu bem, como é
Eu sei bem, meu bem mal me quer.

Eu sei bem como é cansar,
Eu sei bem como é esperar,
Eu sei bem  como é não sentir
Que ali tem um amor pra si.

Eu sei bem como é pedir,
Eu sei bem como é testar,
                                                           tentar, esquentar, atentar...
Eu sei bem como é só ouvir
Eu sei bem como é só escutar.

Meu bem mal me quer, mal quer o bem que eu quero dar.
Meu bem mal me quer, mal quis o meu jeito de amar.
Queira ou não, agora, meu bem, de tanto bem já cansou o meu coração,
Tem muito aqui, mas daqui você não tem mais não.


Facebook




Steffi de Castro.


sábado, 6 de julho de 2013

Quem sorri chorando

Sorrir chorando é tarefa árdua, é de poucas pessoas.
Sorri chorando quem muito já chorou e teve que sozinho levantar.
Quem muito tem o que falar e não tem quem ouvir,
Quem muito tem pensado e passado,
Quem tem passado e presente assim tão juntos, mas tão desunidos.

Sorrir chorando é tarefa natural, não inata. É de poucas pessoas.
Sorri chorando naturalmente quem depois de ouvir o que já sabia,
depois de sentir o que já previa,
depois de falar o que não devia,
Cai, levanta, e precisa sorrir, pra acudir pra outra pessoa.

Sorri chorando quem sabe que não faz o que é certo,
Que adora o errado,
Que tem "chama" pro incerto,
Que tem pé no inacabado, aí chora.
Chora por isso.
E chorando sorri, chora sorrindo, porque precisa viver, precisa viver, precisa viver.

Sorri porque, mesmo assim, precisa crer, precisa entender, precisa ajudar,
precisa ouvir, precisa demais, precisa de uma precisão sem fim.
Precisa sorrir, enfim.
Mesmo que a lágrima esteja no rosto e o amargo na garganta
Mesmo que nada disso faça tanto sentido assim, precisa, por isso,
Sorrir e chorar, que é pra não perder o doce das alegrias
nem o fel das fortalezas.
Que é pra não desaprender a admirar um choro sincero,
Um pranto necessário,
Um grito de dor,
Mas também não se perder em sorriso qualquer,
Valorizar o que é sincero, o que é direto, o que não tem motivo também.

Sorri chorando, chora sorrindo, chorir, sorrar, surrando essa dor rindo de mim aqui, eu choro assim, rindo
que é pra nem você perceber.

Steffi de Castro



"Ah, que bobagem o amor! A maldade já passou."
(Phill Veras)

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Não é hora, sabe.

E então chegou o dia.
Chegou o dia da amargura.
                                         (Mais uma dessas mal amadas:
                                          Uma vez um erro e então lamúrias sem fim.)
Questionando o amor que lhes aparece
e até os dos outros. Nem lhe apetece.

Chegou o dia das contas:
Contar o quanto desejou
Contar agora o quanto desabou
Contar agora o que lhe desmonta.

Chegou o dia da amargura e do sorriso
Falsa liberdade e
Falsa impressão de que
                                        nada está importando
                                             nem cutucando
                                              nem tocando
                                        nem fazendo diferença.

E queria tanto,
Agora brinca tanto.
E quanto está perto, espanta
E quando perguntam, nega
E quando quer, não quer
E quando precisa, usa
E quando se doa, se vende
E quanta amargura, meu Deus!
E quanta mentira.

Não quer, aceitou.
Não precisa, aprendeu.
Não merece, entende.
Não é hora, sabe.

Steffi de Castro

"I'm FINE"