"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Apenas as inevitáveis, please.

Eu me preocupo muito fácil e já tenho absoluta certeza de que as coisas não devem ser assim. Preocupações são necessárias, às vezes inevitáveis, mas não devem tomar boa parte do nosso tempo, afinal, nosso fardo é leve e se Deus cuida até dos passarinhos, que dirá de nós que somos seus filhos e parte essencial da criação. O problema é que costumamos nos preocupar por antecipação, sem nem sequer saber se irá ocorrer ou não. Quando se trata de "será que aquele assunto vai cair na prova?", tudo bem... Até vai, mas um "será que ainda gosto dele?" é um problema. Já é um problema a existência da dúvida a respeito de sentimentos desse tipo, mas essa preocupação que a dúvida gera, que aliada às necessidades da convivência e da existência REAL das coisas e das pessoas, isso piora tudo, porque te paralisa. E então você começa a fugir de qualquer coisa que você julga poder ter o poder de te lembrar de algo que você julga ter sido único e maravilhoso e muito importante e forte e etc... Com o passar do tempo todos os contextos vão sendo deixados pra trás e pra trás e você continua com medo de que, ao entrar em contato, tudo volte. É muito boa a sensação de entrar em contato e ter a certeza de que realmente não se sente mais nada. É libertador olhar pra trás e não ter nenhuma dor de estômago, nenhuma dúvida, nenhuma dor de cabeça... Mas, melhor que isso, é viver o presente, com memórias fresquinhas, e também não se sentir nada. Olhar nos olhos, falar, não ter vontade de puxar conversa, não ter vontade de estar perto, é bom.

Eu pedi a Deus que me ajudasse a ficar tranquila, me isolei e tive um surtinho passageiro e só o que conseguia pedir era: "Pai, me tranquiliza", só o que eu conseguia dizer era: "Pai, eu não posso ser tão ruim assim", só o que eu conseguia perguntar era: "Pai, o Senhor ainda me ama? Então me tranquiliza, me ajuda, me carrega no colo". Eu pedi colo a Deus, porque colo de ninguém estava servindo e eu desejava colo de quem eu não poderia ter. Eu pedi por tranquilidade porque preocupações desse tipo e outras mais estavam me consumindo. Eu descobri que Deus não suporta ver uma filha sofrendo.

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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sobre a tristeza.

As pessoas se acostumaram com o teu jeito sempre sorrindo e feliz. Esse seu jeito sempre alegre alegra os outros e conforta quem está mal, mantém a aparência de inabalável e divertido, aproximam as pessoas de você. Tu estás sempre rodeado de pessoas diferentes, alegres, que topam qualquer coisa, que dançam, que brincam, gritam, riem... Está tudo bem.

Mas eu e você sabemos que essa saída hoje à noite de casa foi apenas pra esquecer o que deixou lá dentro, ou apenas pra não pensar mais ainda no que está dentro de si mesmo. Nós sabemos que seu sorriso e sua agenda super ocupada é pra evitar mais lágrimas e dar uma de "não ligo", "não me importo". E não é bem assim.

Quando se está triste ouvimos os mais diversos conselhos: "sai!", "muda o visual", "vamos dar uma volta", "seja feliz", tanta coisa, quando o que mais se quer é só chorar. Eu aprendi que existem tempos que não são para serem felizes, eu aprendi que se existem momentos onde há motivos, por mais tolos que possam parecer, para chorar, então é melhor eu chorar, tudo, de uma vez. Eu aprendi que até a tristeza tem sua utilidade e sua beleza, não, não é um papo sádico, é um papo de paz. Como ficar em paz se vamos adocicando as situações com contextos completamente desproporcionais à realidade? Se é pra sofrer, vamos sofrer e tirar proveito disso também.

Eu escolhi chorar quando tinha motivo pra chorar. Eu escolhi me resguardar quando não conseguia mais conversar sem reclamar nem deixar uma lágrima rolar, eu escolhi não amenizar o que eu estava sentindo, porque eu sabia que  não era de graça, eu sabia que eu precisava e iria aprender alguma coisa com isso.

Eu não faço mais o tipo "sempre feliz". Eu não escondo a minha dor de mim mesma. Ela é minha e se a sinto, espero fazer bom proveito.

Afinal de contas, há "tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar." (Eclesiastes 3: 4-5)

Sem lembrar que o consolo é algo tão bom, tão necessário, pedir perdão a Deus, pedir a Deus por carinho, pedir a Deus tranquilidade...

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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Incontro, Encuentro, Encontros.

Quando nos conhecemos eu tinha 22 anos e estava na faculdade de medicina, ele fazia filosofia. Nada a ver. Não que eu não tivesse interesse por tantos textos, tantas conversas, claro que tinha, mas não tinha tempo... E com o mesmo, o mesmo foi ficando bem escasso. Um dia, por causa disso, tudo acabou, mas eu nunca o esqueci. Se não fosse a minha falta de tempo, ainda estaríamos juntos, eu daria toda a atenção do mundo pra ele e pro que ele fazia.

Ela não tinha mais tempo, nem foi por isso que acabou, eu poderia ficar com ela o dia todo, mesmo ela estando com seu enorme livro de clínica médica ao lado, e quando eu falo que ela estava com ele, é porque ela realmente estava com ele. Eu não ousava atrapalhar seus estudos, me bastava ficar ali perto. Eu que terminei.

Eu deixei ele terminar, não queria terminar, embora eu soubesse que não teria jeito... Eu estava tão atarefada e não podia ficar mais tempo com ele, mas eu o queria com todas as forças perto de mim.

Ela se sentiu mal, eu terminei, não sei... Fiquei com a impressão de que ela se sentiu traída por mim, não literalmente, mas como se eu não tivesse sido compreensivo com ela. Mas eu era, eu sabia que ela não tinha tanto tempo e mesmo assim eu estava ali.

Ele era muito compreensivo, eu que não tinha mais nenhuma paciência para as coisas pequenas.

Ela começou a me separar, a me esquartejar. É, pra ela, eu e o que eu escrevia eram coisas diferentes, e não somos diferentes, eu sou o que faço, não tem como me amar e odiar o que faço, porque não me dicotomizo.

Eu queria ele perto de mim, mas não tinha paciência pras coisas dele.

Eu terminei porque eu tinha que terminar.

Ia acabar de qualquer jeito.


Eu soube que ela fez mestrado, doutorado, é uma ótima médica, mas nem sei qual é a sua especialidade. Depois que terminei, não quis mais contato.

Eu soube que ele fez mestrado, doutorado, algo com Bauman e a fenomenologia... Comprei seu livro, só que não o encontrei para pedir que ele o autografasse, bem, evitei um encontro constrangedor, afinal, nem li, então não teria nem o que discutir sobre.

Casei, sempre quis casar. Acho que quanto mais profundo vamos, mas voltamos ao plano original: casar e ter filhos. Minha esposa é linda.

Eu não casei, na verdade, estou em um relacionamento sério. É sério, mas é livre. Ser livre é muito sério. Ele também é muito ocupado, então não exigimos muito um do outro, evita esse lance de carência e dependência, sabe? Eu estou sempre com a mente cheia pra evitar qualquer sentimento bobo que possa parecer.

Eu sofri muito quando terminei com ela, eu senti uma dor como nenhuma outra... E fiquei tempos vagando... Atrasei um semestre na faculdade, viajei pra tentar esquecer, eu não queria preencher com nada, queria sentir de uma vez pra depois não sentir mais nada.

Ele era um doce. Deve ser ainda. Soube que casou.

Ela era um doce. Não deve mais estar assim, a vida deve ter tornado-a amarga demais, vai ver nem tem marido. Talvez seja mãe solteira.

Eu decidi ser obstetra! Eu não tenho talento pra maternidade, mas tenho talento em trazer as pessoas pra esse lado de cá. E como acho que não vou ser mãe, fico bem feliz vendo aqueles bebês que são minha responsabilidade por um momento, e depois não mais. Eu tenho um homem que está disponível às vezes e pra quem estou às vezes disponível também, e isso basta.

Ela era muito sorridente.

Ele era muito sorridente.

Eu senti muita saudade dela no começo.

Eu sinto saudades dele até hoje... E fico pensando: tudo bem, ele escreveu um livro, mas filosofia não dá muito dinheiro, será que ele passa por problemas financeiros? Eu me preocupo com ele.

Eu ganho bem o suficiente pra ser feliz e sair com minha esposa quando queremos. O suficiente também pra pagar o parto da minha primeira filha, Betina terá todo o conforto do mundo.

Ultimamente tenho lido sobre partos humanizados, em casa, essas baboseiras, sabe? O CFM nem permite esse tipo de coisa, mas ele parece o tipo de sujeito que, quando tiver um filho, vai querer que seja assim que o menino chegue ao mundo. E aposto como vai querer um menino, e vai querer que o menino seja igual a ele: intelectualzinho mirim.

Minha esposa queria um parto humanizado, em casa, na água, normal... Acho muito arriscado. Li muito e há bons números a favor, mas nunca colocarei minha filha em risco por qualquer coisa. É uma menina, é Betina! Se fosse um menino eu ficaria feliz, claro, mas Betina... Betina sempre foi o que desejei. Quero outra da mãe dela ao meu lado, na verdade, não quero Betina como a mãe, quero minha filha do jeito que ela quiser ser, ela vai ser o que quiser e eu a apoiarei.

Aposto como ele terá muitos filhos.

Ela vai ser filha única, assim como a outra era.

Eu sou filha única, ele sempre me viu reclamando disso.. Mas hoje amo ser filha única!

Ela deve estar muito solitária, sempre reclamou por ser filha única. Betina não reclamará, pois tem pais maravilhosos. Ela não tinha.

Meus pais são maravilhosos! Depois de grande a gente percebe esse tipo de coisa.





- Oi... Não, não vai dar... Eu tenho um parto marcado pra hoje, desculpa, meu bem. ... Sim, é verdade, eu disse que estaria livre, mas um colega de trabalho ligou pedindo que eu fizesse o parto desta paciente dele hoje, o filho está internado, eu não pudia negar. ... Claro que aceitou, ele fez muitas recomendações sobre mim, o casal está tranquilo. ... Podemos nos encontrar umas 22h? Acho que já terei terminado a essa hora. ... Ok, entendo. ... O seu é uma menina ou um menino? ... O meu é uma menina. ... Nosso? Que nosso? ... Você quer ter filhos? Desde quando? ... Não sei não... Olha, nos encontramos às 22h então? Eu já estou atrasada, preciso sair, conversamos mais sobre isso, viu? Beijo.

- Lúcia está sentindo muitas dores, vamos adiantar o parto, mãe. ... Sim, era pra ser depois de amanhã, o doutor quase acertou a data, mas as dores chegaram antes, Betina quer decidir o dia em que nascerá então assim será.

- Mania que esse povo tem de não marcarem a data do parto.

- A data estava marcada, mãe, mas ela quis vir agora, fazer o quê?... Infelizmente ele não está aqui, ele não vai fazer o parto da Betina, o filho está doente. ... Bem, ele nos recomendou uma obstetra, ela tem boas indicações e Lúcia encontrou uns pacientes dela aqui no hospital, eles falaram muito bem dela, estamos tranquilo.

- Qual é o nome da mãe, Rebeca?
- Lúcia e Dimitri.
- O nome da mãe é suficiente, é ela quem está sentindo dor.

- Quero acompanhá-la o tempo todo.
- Pai, a doutra Clara prefere ficar a sós com a mãe.
- Por quê? Algum problema? É um direito meu!
- Não, é só uma preferência da doutora, ela fica mais a vontade, mas posso avisá-la...
- Não, espera... Tudo bem pra você, amor? Você quer mesmo que eu fique longe? ... Está bem, acho que estou muito nervoso mesmo... Então tá.

- Ele fez alvoroço?
- Não muito. A esposa também se sente mais à vontade sozinha com a senhora. Ele está muito nervoso.
- Típico.

- Não sei porque estou tão nervoso, mãe... Eu sempre fui o mais calmo, mas hoje... Lúcia está tão serena!

- Olá, mãe! Está bem tranquila, né?
- Oi, estou sim. E é estranho, sempre fui a mais nervosa e meu marido o mais tranquilo. Está tudo diferente hoje.
- É, está tudo diferente mesmo. Eu não sou a médica de vocês, a menininha vai nascer dias antes da data marcada, seu marido está nervoso, você calma e o meu namorado quer ser pai.
- Você está grávida, doutora?
- Não, não mesmo! Quero dizer... Não que eu não queira, mas... Eu estou começando a pensar. Sabe como é, o tempo...
- Meu marido costuma dizer que para as coisas importantes a gente tem que arrumar tempo. Isso é importante, doutora.
- É, parece que sim.

- Está demorando muito! Betina está tomando mais tempo do que comumente as coisas importantes tomam!
- Calma, Dimitri!
- Está com a câmera, Augusto?
- Mas é claro! Como é que eu não ia registrar o nascimento da minha afilhada? E o médico? Já deu notícia?
- Ele não está fazendo o parto, é uma médica.
- Doutora Lorena?
- Não, uma tal de Clara.
- Clara, lembrei da sua ex.
- Clara? Duvido que seja obstetra! Odiava crianças.

- Por que quis ser obstetra, doutora?
- Amo crianças, só não sou corajosa pra ser mãe.
- Eu também pensei que não era. Acho que nunca somos.
- E engraçado que os caras com quem me envolvi sempre quiseram isso. O meu ex então... nem se fala.
- Meu marido também sempre quis ser pai.
- Eu admiro homens assim. Mais corajosos que eu.
- Não é o Dimitri.
- Dimitri?
- Meu marido.

- E se for ela?
- Augusto, se for ela, fique à vontade, você sempre achou ela uma gata, e ela nem quer ser mãe, como você não quer se pai.
- Pra quê, meu irmão? Eu vou ser padrinho da tão amada e esperada Betina! Já sou um homem feliz!

- Dimitri. Parabéns, sua Betina nasceu.
- Clara?
- Acho que o nome dela não é Clara, é Betina, não é?
- Ah, sim... Claro que é Betina, é a minha Betina. Posso entrar pra vê-la? E minha esposa? Tudo bem?
- Tudo bem com as duas, Dimitri. E você? Está bem.
- Melhor agora.
- Sério?
- Claro, minha esposa está bem e a mulher da minha vida acabou de nascer!






Ele ficou tão feliz. Que ironia... Eu fiz o parto da mulher da vida dele! A mulher da vida dele não fui eu.

Foi muito estranho... Ela não me dedicou tempo algum nem ligou para o que eu ligava, mas trouxe ao mundo a criança mais linda que existe e que é minha! E, veja só, Betina demorou tanto pra nascer! Umas quatro horas de dor mais uma de cirurgia. Deu trabalho pra ela. Trabalho que eu não dei.

Eu sempre esperei reencontrá-lo, sabe? Por curiosidade mesmo... Não nessa situação.

Eu imaginei que ela estivesse tão bem resolvida, mas não pareceu.

Eu pensei que poderia ser tudo e muito mais pra ele quando um dia fosse revê-lo, mas não... Ele está muito bem. Não precisa de nada meu. Lúcia é arquiteta e paisagista, combinam.

Eu pensei que não poderia oferecer nunca nada a ela, mas eu podia fazê-la muito feliz. Como faço a Lúcia e como farei a Betina.

Ele está bem.
Ela não está bem.

Ele vai ficar bem.
Eu gostaria que ela ficasse bem.

Sabe, eu o conhecia muito bem.
No fundo acho que ela me conhecia bem, por isso não daria certo.

Baby

Não nego fogo, eu sou o próprio, e queimo, me queimo.

Está certo, eu já entendi o porquê de tantos pedidos de perdão e o porquê de tantas impossibilidades. Não é que não sejam bons pra mim, não é que não sejam legais, nem é que eu seja boa demais. Eu evitava usar o que vou dizer/escrever agora como motivo pra não alimentar meu ego, mas parece que é isso mesmo: só não sou o que querem. Só isso.

Eu entendi que não tem jeito pra mim: eu nunca vou ser o esteriótipo da menina crente. A não ser que Deus queira. Mas, por mim mesma, nunca serei doce e delicada e meiga o tempo todo, eu nunca vou ser uma menininha fresquinha, e olha que eu tenho medo de barata, aranha e galinha. Sim, tenho medo de galinha. De rato não, talvez um pouco de nojo, mas nem tanto... Eu tenho medo de alguns bichinhos e mesmo assim não me consideram um poço de delicadeza nem uma criatura muito frágil. E se isso é errado, não se preocupe, eu oro pedindo que isso seja mudado, que se ser assim como eu sou, despudorada, tantas vezes sem papas na língua, brincalhona demais, "fácil"?, aquele jeito de gente que ri alto e dança qualquer música em qualquer lugar, se for errado ser assim, então que tudo isso seja alterado, mas eu, de verdade, não vou mais fazer força, porque já fiz demais e não consegui. Se tiver que mudar, mudará, não pelas minhas próprias forças, mas só se Ele quiser.

Eu entendi que não aceito mais receber ordens sem saber por que ou sem mensurar as consequências caso eu as obedeça, então talvez isso assuste mesmo, porque eu aposto que diversas vezes não levei em consideração qualquer coisa que você me disse, ou até levei, mas decidi não obedecer, e isso pode ter te... ferido? Não, acho que não. Feriu mais a mim, pois você na certa deve ter achado que sou "independente" demais e "solta" demais e que te daria trabalho futuramente... Feriu mais a mim, porque nada disso é verdade. Eu sei ser um, eu sei ser dois, eu sei ser um nó e sei ser um laço, eu sei - pelo menos eu tento - fazer darem certo as coisas que quero, só que não depende exclusivamente de mim. Fez bem você pensar assim, porque podia ser isso tudo e muito mai mesmo.

Eu entendi que xingo (e nem xingo muito, você não conhece minha mãe e meu irmão) e que xingar não é bonito, definitivamente. Se é certo ou não nem discuto, mas, por este detalhe engraçado e sórdido, você me jogou um degrau abaixo na sua escala de perfeição feminina. Deveriam ser xingados também quem age assim como você agiu comigo. Mas você é legal, não merece. No fim, não considero sua inteireza uma putisse completa. Quero que fique sabendo também que não estou aqui me reavaliando ou chorando litros - acredite, agora eu não estou chorando - porque se trata de você, não se trata de você, pouco me importa você agora, se trata é de mim. Se fosse qualquer um, qualquer um, que tivesse me dito a mesma coisa, eu estaria mal. Podia ser um mendigo ou o próprio Brandon Lee, se estivesse vivo, se dissesse o que você e mais uns dois me disseram, eu estaria assim do mesmo jeito. Portanto, nem ouse pensar que é por sua causa que estou dessa maneira. Eu estou assim porque estou assim, porque sou assim, e não vou mais ficar questionando se é melhor ser de outro jeito pra qualquer outra pessoa. É aquele clichezão mesmo: temos que ser bons pra nós.

Eu entendi que não posso me colocar em situações que possam me testar, e tudo por uma coisa só: eu não nego fogo. Pelo contrário, eu sou o próprio fogo. Fogo em palha. E quem sai mais queimada? Eu. Eu me queimo, por dentro e por fora. E parece que isso está meio que estampado na minha cara. Se alguns fizeram uso, tudo bem, eu usei também. Isso eu entendi bem, e compreendi que não é bom, que não quero mais, que, inclusive, não devo. Não porque não é "aproveitável", mas sabe... Essa história está perdendo a graça. E outra coisa: eu tenho consciência que Deus não quer isso pra mim, e por isso eu oro sabendo perfeitamente que é um problema meu e que preciso colocar nas mãos Dele, ao mesmo tempo que preciso fazer uma forcinha por aqui pra evitar tudo o que tão facilmente me chega aos olhos, às mãos, aos ouvidos, à pele... Por causa disso eu sei que fui jogada mais dois degraus abaixo na sua escala, mas disso eu nem reclamo, na minha escala eu também caí, na minha escala eu estou bem lá embaixo.

Na minha escala eu nem procuro me colocar, não consigo me encaixar. Eu queria ser tudo aquilo que eu não sou e entender que ser tudo o que sou agora não deve ser tão ruim assim... Mas não dá. É ruim sim, não pra você, mas pra mim.

"(...)Agora preste atenção: nunca olhe pro seu peito. Nunca. Sempre adiante. Vai lá. Lembre-se que tá tudo sempre muito bem, que você é forte, nova, bonita, bem-sucedida, inteligente, tem tudo pra ser feliz. Mas não é." trecho de um texto da Ana Paula Magalhães na Confeitaria.




"Da vida, eu convicto estou, que os vícios de outrora se apagarão. Se as chaves do meu coração encontrarem a sua mão, à força grave da sua voz os meus desejos se renderão. Como a luz que oprime a escuridão, que sejas meu sol." - Lucas Waricoda (7 canções de um mesmo amor)


domingo, 18 de agosto de 2013

Canalha! - Fabrício Carpinejar

Enfim terminei este livro :)
Não é um "enfim" de: "ah, que bom que esse livro acabou", até porque se tivesse mais contos e crônicas nele, eu leria com prazer. O livro é muito bom. Recomendo. Não é, como pode parecer, um manual para lidar com canalhas, mas de fato faz você aprender um pouco mais do universo dos relacionamentos. Digo relacionamentos, assim no geral, porque Carpi fala de todos, não só de eros, ele fala de pai e mãe, de irmãos, de amigos... Separei alguns dos trechos que mais me tocaram, no livro tem mais rabiscos meus, mas eu não podia colocar tudo aqui... Comprem, peçam emprestado. É um livro que conforta e entende.

sábado, 17 de agosto de 2013

Recolho-me. (colagens)

13.08.2013

"Me recolhi, fiquei só até florescer desapego e raiz, improviso e razão."
(O Teatro Mágico)

"Lá fora eu alço voo livre e aqui dentro eu perco o sol, do alto vem trovão, vem raio, de dentro vem todo o mal; de um lado eu tenho as sete vidas, do outro eu morro toda vez. E no começo eu sou bandida, no fim eu sou a mãe do rei. O meu pra sempre era tão certo e agora eterno é leite azedo. Ah... se eu fosse o tempo esperaria mais, mais, mais, pra ver se acontece o que eu prevejo no fim. Ah... Se eu fosse espaço eu soltaria mais a mim, pra ver se aqui dentro eu desaborreço, pra ver se aqui dentro eu desapareço."
{si}monami


Ontem eu decidi "desativar" o Facebook sem dizer pra ninguém, sem dizer pra ninguém não foi tão decidido assim, eu estava me desligando e aí... me deu na telha, simplesmente desativei. Devo ter deixado algumas pessoas preocupadas, porque havia reclamado que não estava bem, e realmente não estou. Só sei que não houve uma preparação, eu simplesmente desativei e, pra melhorar, meu celular descarregou e eu não fiz questão de ligá-lo, então fiquei tecnicamente incomunicável, sumida. Fazia tempos que já estava com vontade de fazer isso. Na verdade, na minha cabeça, eu queria fazer isso de maneira mais radical: a ideia era de verdade sumir, comprar umas passagens pra algum interiorzinho e pronto. Mas não posso, estou sem dinheiro. Será que eu consigo passar 3 dias assim? Não quero falar com ninguém. Hoje me questionei se estou fazendo isso pra chamar atenção - eu odeio gente que quer chamar atenção pra si e exige carinho dos outros - mas, definitivamente, não é o que estou fazendo. Eu não quero ninguém por perto. Eu quero de verdade ficar um tempo só. Só não sei quanto tempo aguento. Muita coisa tem passado pela minha cabeça, muita bobagem... Preciso PARAR pra NÃO pensar, mas pra refletir, pra me refazer por aqui por dentro. Está tudo muito confuso, minha cabeça está não sei nem onde. Hoje conversei com Maria Clara, ela tem 12 anos, não sei o que ela acha disso tudo, não sei o que ela pensa de mim, não sei se ela entende tudo o que eu sinto (também não exijo, ela só tem 12 anos e eu 20 bem problemáticos!), mas sei que ela me dá toda a atenção do mundo e me apoia em tudo. É uma fofa. Amo minha priminha ♥ Eu espero conseguir essa façanha de um sumiço e voltar melhor, cheia de flores. Eu espero me encontrar também. Eu espero que quando eu volte, não tenha que esperar muita coisa. Eu estou voltando um pouco pra dentro pra voltar depois pra fora com mais alegria, como antes, alçando voo livre, aproveitando as coisas, correndo riscos?, talvez. Eu quero desaborrecer, quero desaparecer, quero que eu e minhas emoções sejam as mínimas possíveis aqui, quero não me importar, quero não esperar, quero não sentir falta, quero não ter que ouvir pedidos de perdão, quero não ter que perdoar, quero não ter que ficar sorridente, quero não ficar imaginando, quero não pensar em se, não viver de mas, não me explicar, não me prender, não ter que desgostar, não ter que confessar nada, quero também sair daqui de casa.

Vamos ver se é hora de florescer.


Apontamentos para uma elegia

I
Debruço-me
Sobre mim
Com a melancolia
De quem contempla as coisas disparatadas que há na vitrine de um bric...

Pobre alma, menina feia!
As lágrimas embaciam os teus óculos.
E o mais triste é que não são verdadeiras lágrimas,
São um mero subproduto do tempo,
Como esse pó de asas de mariposa
Que ele vai esfarelando, aqui e ali, sobre todas as cousas...
(...)

Mário Quintana.





"Um homem que não se dedica à família nunca vai ser um homem de verdade." (D. Corleone)
14.08.2012

Segundo dia sem comunicação. Aqui em casa está um inferno.

Fotos do Verão na Colômbia: http://tusfotos.elmundo.es/512289666

"Vou insistindo em não pirar de vez. É o que há de melhor em mim e o que me faz crescer, não há ninguém no mundo inteiro capaz de dizer o que eu posso, o que eu não posso, o que eu devo fazer... O que há de positivo depois que acabou: saber o que foi desperdício e o que o ficou de bom. Você se foi pelo caminho, te desejo, amor, seja feliz por que daqui pra frente eu sei que vou..." ♪ (Aguarraz)

"Compreendi o erro de toda humanidade, uns choram por prazer e outros com saudade. Jurei e a minha jura jamais eu quebrarei: todo pranto esconderei. Quem me vê sorrindo..." (Quem me vê sorrindo, Cartola)

"E o que sou? Onde estou? O que sobrou de mim mesmo acabou, acabou de acabar. Foi embora. Já não vou mais, já não saio da porta pra fora, já não sei viver." (Phill Veras)

"E ainda é tempo de recusar, de não querer entrar antes da coisa explodir. E ainda é tempo de dizer não, pode dizer adeus, mas seu coração que não quer não vem mais falar do que se foi. Não tem mais de querer se explicar, não faz sentido querer abrigo agora se você não quer ficar." (Phill Veras)

Vieram aqui em minha casa. Não gostei. Eu entendi, mas eu não gostei, não que eu não goste da pessoa, ou da companhia, ou da atenção, mas eu queria ficar só. Eu tentei ser amigável, conversar... Só consegui falar nele. Por quê? Nem eu sei. Eu só sei que em um determinado momento minha raiva estava subindo, meu sangue estava ficando quente, e nem tinha um porquê, não havia feito nada pra mim. Eu só queria ficar só. Completamente só.

"...Me obrigue a viver pra eu planejar. Pode me calar. Não deixe ninguém entrar, não quero me machucar, não devo me machucar. Não vai dar na mesma, faço por nós dois, penso no depois. Deixo a música tocar..." (Phill Veras)



"Melhor do que cabelos alisados é rabo de cavalo ou fios inteiramente despenteados. Mulher deve dormir encolhida e acordar quase me expulsando da cama. Mulheres que xingam são mais atraentes. Mas não xingue como um ser depravado. Mulher tem que ter pudor para saber como não tê-lo nas horas certas. Mulher não precisa saber cozinhar. Mas cabem algumas tentativas frustradas."
Hugo Rodrigues em "A Mulher ao seu lado é o sonho de outrem".

15.08.2013

Às vezes eu me sinto uma idiota fazendo isso, mas percebo que estou mais tranquila sozinha, e quando digo sozinha digo solitária mesmo. O convívio, as falas, as conversas, as dúvidas, as situações alheias que vão surgindo e aparecendo pra mim me enchem de emoções que eu nem sempre consigo lidar muito bem. Por isso parece que estou tão estável aqui em casa, estável emocionalmente. Mas é só eu acordar um pouco lá fora que parece que desabo.

O mundo é um moinho - Cartola
Ainda é cedo, amor, mal começaste a conhecer a vida já anuncias a hora de partida sem saber mesmo o rumo que irás tomar. Preste atenção, querida, embora eu saiba que estás resolvida, em cada esquina cai um pouco a tua vida, em pouco tempo não serás mais o que és. Ouça-me bem, amor, preste atenção, o mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos, tão mesquinho, vai reduzir as ilusões a pó. Preste atenção, querida, de cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás à beira do abismo. Abismo que cavaste com os teus pés.


Preciso Me Encontrar
Cartola
Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar rir pra não chorar. Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar rir pra não chorar... Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer, quero viver... Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar rir pra não chorar. Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar depois que me encontrar. 



16.08.2013

Quero que entendam que não estou morrendo. Sim, estou mal, estou me sentindo mal, mas não estou a ponto de ficar louca, de surtar mais e completamente. Só quero, devo, acho que devo, ficar um tempo só mesmo. Eu não estou fazendo isso pra ter atenção de alguém, não estou fazendo isso pra fazer alguém sentir minha falta, nem fazendo por ninguém, embora nesse curto tempo muitos nomes estejam envolvidos nessa minha tortura mental diária, não é por alguém que decidi parar de "existir" para os outros momentaneamente. Eu só parei pra existir um pouco pra mim, pra esse "mim" que eu ando desconhecendo, que está desejoso, que está receoso, cansada, meio pra baixo, se sentindo usado, assim como cansado de usar. É um mim que não conjuga nenhum outro verbo além do "reclamar". Não quero mais reclamar do que deixam ou deixaram de fazer comigo, do que eu permiti que fizessem e até quis, não quero ficar chorando esse leite, odeio leite, eu gosto de café preto e é assim que quero continuar tomando e vivendo. Preto, forte, sério, certo. Decididamente. Sem esperar, sem procurar, sem dar atenção, sem me preocupar... O mundo é um moinho e eu ainda sou tão jovem, já disse Cartola esses dias pra mim... Ai, Cartola, tu és um doce.
Nunca antes tinha dado tanta atenção a como as relações fora da família tomam nosso tempo e tornam mais complexas as nossas vidas, mais animadas também, é verdade, mas mesmo assim... Tomam tempo, demandam atenção... Eu não queria tomar tanto tempo e atenção assim de ninguém...

A ideia de que “estar apaixonado” é a única razão para se continuar casado realmente não deixa espaço para o casamento ser visto como um contrato ou uma promessa. Se o amor é tudo que há, então a promessa não terá mais nada a acrescentar; e se ela não acrescenta nada, então nem deveria ser feita. O mais curioso é que o próprio casal que se ama, enquanto está realmente apaixonado, sabe disso melhor do que os que ficam falando de amor.
Chesterton dizia que quem está apaixonado tem uma propensão natural a se envolver em promessas. Todas as canções de amor por todo o mundo são cheias de juras de fidelidade eterna. A lei cristã não impõe nada à paixão amorosa que seja estranho à própria natureza dessa paixão; só o que se exige é que os amantes levem a sério algo que a paixão os leva a fazer. E é claro, a promessa que fiz quando estava apaixonado, e porque estava apaixonado, de ser sincero com o outro enquanto eu viver, faz com que eu seja sincero mesmo que eu não esteja mais apaixonado. Uma promessa deve referir-se a coisas que eu possa fazer, a tomadas de ação; ninguém pode prometer ter o mesmo sentimento por toda a vida. Da mesma forma como também não se pode prometer não ter dor de cabeça ou sempre sentir fome.

de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples] C.S. Lewis

"A cada dia me convenço mais que o grande problema da sociedade atual está nesse imediatismo: Não é porque é consigo buscar algo em 0,3 segundos no google que a minha vida precisa funcionar da mesma maneira. Nossa vida sentimental não pode funcionar na mesma velocidade da era da informação assim como demonstrações de afeto não deveriam serem feitas exageradamente em redes sociais. Concluindo, em meu entendimento as mudanças para serem consistentes precisam de tempo, e para piorar o mundo nos torna cada vez mais impacientes." Allan Apter em Entropia – As pessoas mudam?.

"Pode parecer misterioso, ou mágico, perceber como sua vida muda com um escutar mais profundo. Mas isso se dá por um motivo simples. Enquanto toda a sociedade moderna nos impulsiona a agir e a fazer, a escuta está envolvida justamente com o movimento contrário, que é permanecer em calma e silêncio numa não ação. Em vez de sermos ativos, por um momento vamos nos tornar conscientemente passivos. Em vez de se ir para fora, vai-se para dentro. Em vez de nos expressarmos, vamos ouvir o que o outro diz. E nesse processo ficamos muitas vezes sem responder, sem retrucar imediatamente. Nos tornamos menos mecânicos e reativos. Essa simples mudança de atitude gera resultados grandiosos. Cada vez que a escuta se repete, sem interrupções, você se torna mais relaxado, mais aberto, mais atencioso, mais profundo, mais humano. E isso realmente pode transformar uma vida." Liane Alves em Ouça, apenas ouça.

17.08.2013

Eu conheço algumas histórias de pessoas que fazem tudo juntos, são uma espécie de "casal", mas não sabem se definir. E tenho visto que isso não funciona muito bem. As pessoas acham super bacana não terem palavras que a descrevam, sim, de fato é interessante viver uma coisa que não se consegue descrever, mas há coisas que nasceram pra serem definidas, há coisas que precisam, tanto para a sociedade, quanto para o bem estar psicológico de cada envolvido. Não falo isso afetada apenas pela meu conhecimento e educação baseada em uma moral cristã, mas porque percebo, a cada dia que passa, que não há jeito, que não dá certo. Quando não se quer casar, no papel, no civil e tudo mais, tudo bem, entendo, casamento afinal não é isso mesmo, mas que se assumam como casados, é importante. Que deem um jeito para que isso fique claro, porque faz bem, dá segurança e deixa tudo bem claro. Hoje assisti 500 dias com ela. Odiei a Summer. Que raiva dessa garota com essa ideia tosca de não querer relacionamento sério e ficar o tempo  todo inventando desculpas e não se rotular pra ficar testando e vivendo as mesmas coisas de um casal, mas sem nenhuma responsabilidade. É puta sacanagem, isso sim. Não sei nem se é friendzone, porque afinal, tinha sentimento dos dois lados, mas sendo ou não, é sacanagem. Diferente do Tom eu não desejo que ela seja feliz com o seu marido. E estou desejando isso sem rancor porque, afinal, é só um filme.

Será que quem faz isso acha que o outro pensa da mesma maneira? Qual a graça de manter tudo como se fosse só um jogo? Laços vão sendo criados, confidências vão sendo trocadas, sentimentos, tudo! E algumas pessoas ousam ficar com tudo isso, serem portadoras de tudo isso, e continuar num joguinho de: "não somos namorados", "não há rótulos". Não tenho esse romantismo todo dos filmes da Disney, mas olha, quero, no amor, o preto no branco também. Quero a confissão, quero a certeza, quero a segurança.

ELA É UMA FILHA DUMA ÉGUA. :)

Agora, um adendo: eu tinha intenção de passar 3 dias meio sumida. Estou há 5.
Estou melhorando. Numa escala de 0 a 10, onde 0 seria "quero cortar meu pulsos" e 10 "estou ótima e nada vai me abalar", acho que estou meio 6: "não morro por ninguém, mas ainda penso nos se's, embora seja passageiro e não me comova tanto."

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Elas do cinema.

As personagens que mais me chamaram atenção. Mulheres diferentes, sei lá, no fundo bem parecidas também. Talvez até comigo.






Jordan.
Filme: Ironias do Amor
Apaixonada, uma história de amor incrível, intensa, mandona, começou a beber, chora sorrindo, com emoções à flor da pele, divertida e magoada.
"Algumas pessoas são destinadas a sofrer, são levadas a acreditar que têm um certo destino e que nada nele é mudado, mas temos que continuar vivos, porque temos que ver como essa história termina."
"Eu pensei que fosse mais forte, mas eu não sou."


Iris Simpkins.
Filme: O Amor não Tira Férias
Apaixonada, inteligente, dedicada, precisa ser intensa, carismática e magoada.



Alice (ou não)
Filme: Closer - Perto demais.
Apaixonada, dedicada, misteriosa, intensa, e magoada.


Clementina
Filme: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças.
Apaixonada, engraçada, impulsiva, intensa, gosta de beber e é magoada.
"Se quer ficar comigo, fica comigo. Muitos caras me acham um conceito ou que eu os completo ou que eu vou dar vida a eles, não passo de uma garota que procura a própria paz de espírito. Cuide você da sua."



April.
Filme: Três Vezes Amor
Apaixonada, indecisa, cheia de amigos, intensa, bom gosto musical, bebe e é magoada.

E no fim todas são mulheres apaixonadas e magoadas! E intensas. E fortes. Todas elas têm uma força descomunal de viver a vida e dar a volta por cima mesmo que da maneira mais burra ou mais inusitada.


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Pulp Fiction

"Pulp Fiction (no Brasil, Pulp Fiction - Tempo de Violência; em Portugal, Pulp Fiction) é um filme americano de 1994, escrito e dirigido por Quentin Tarantino, baseado num argumento escrito por ele e Roger Avary. Dirigido de uma forma altamente estilizada, Pulp Fiction narra três histórias diferentes, todavia entrelaçadas, sobre dois assassinos profissionais, o gângster que os chefia e sua esposa, um pugilista pago para perder uma luta e um casal assaltando um restaurante, na Los Angeles dos anos 90. Um tempo considerável do filme é destinado a conversas e monólogos que revelam as perspectivas de vida e o senso de humor das personagens. O roteiro, assim como na maioria dos demais trabalhos de Quentin Tarantino, é apresentado fora da ordem cronológica. O filme, cujo título é uma referência às revistas Pulp, populares durante a metade do século XX e caracterizadas pela sua violência gráfica, é conhecido por seus diálogos ricos e ecléticos, mistura irônica de humor e violência, narrativa não-linear, uma série de alusões a outras produções cinematográficas e referências à cultura pop. Pulp Fiction foi indicado a sete Óscares, incluindo Melhor Filme; Tarantino e Avary ganharam o prêmio de Melhor Roteiro Original. Também venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1994. Um sucesso comercial e de críticas, Pulp Fiction revitalizou a carreira de seu protagonista, John Travolta (o qual recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator), assim como as das co-estrelas Samuel L. Jackson (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante) e Uma Thurman (indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante)."
[Wikipedia]











Ótimo filme!

Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças



Definitivamente: eu não deveria ter assistido esse filme.

O que faz alguém querer esquecer de tudo o que já viveu com alguém? Antes a minha pergunta era por que alguém abriria mão de outra pessoa pra não viver mais, e aí, de repente, todas as lindas lembranças de momentos tão únicos não valeriam mais nada (não no momento em que se decide parar de uma vez). Quantas vezes eu já pedi pra esquecer de tudo? Muitas. E hoje estou esquecendo mesmo.


Nesta madrugada eu assisti a esse filme e tive vontade de esquecer muita coisa. Tive vontade de esquecer todas as vezes que me senti inferior, tive vontade de esquecer de todas as vezes que falaram mal do meu pai, de todas as vezes que vi minha mãe chorando por qualquer motivo, de todas as vezes que fiquei esperando ligações, de todas as vezes que gostei de alguém que eu não podia gostar, ou que era "impossível" demais pra mim, de todas as vezes que eu diverti as pessoas.


Eu tive vontade de apagar uma única pessoa, ele mesmo, você mesmo, de todas as minhas lembranças, mas aí eu forcei um pouco e... eu me surpreendi. Eu já esqueci de muita coisa. Eu sorria com você, eu chorava mais que sorria, é verdade, mas eu sorri, eu tenho certeza. Nunca tive uma memória muito boa, não lembro de quase nada da minha infância (como no Show de Truman, com Jim Carrey também, agora me pergunto: será que eu pedi pra esquecer minha infância? Não sei, não lembro). Eu não lembro da minha infância, assim como eu não lembro mais do teu cheiro, do teu sorriso, de vários momentos bons. Eu esqueci.


E eu não queria ter esquecido. Cinco anos! Como eu esqueci tanta coisa assim? Eu lembro bem de uma noite, música grega, sua mãe meio bêbada... Eu lembro disso. Eu só lembro disso. Eu tenho ainda as fotos e não me recordo do que aconteceu em cada dia delas, apesar de eu estar sorrindo em todas. Eu não me recordo! Meu Deus, eu esqueci de tudo. Desculpa, porque eu não soube te preservar em minha memória como uma boa lembrança.


E esse texto não é pra ficar poético com todas essas fotos, não é pra te pedir pra voltar ou pra dizer que te amo, mas te pedir perdão porque eu sei que, na tua memória, eu sou uma lembrança bem nítida. Eu me sinto como a Clementina agora, por sinal, desde o início do filme eu me vi nela: assim como ela eu tenho muitos defeitos, "muitos caras me acham um conceito ou que eu os completo ou que eu vou dar vida a eles, não passo de uma garota que procura a própria paz de espírito. Cuide você da sua."


Por que ela quis apagar tudo? Por que nas fitas só tinham os defeitos de cada um? Por que os momentos tão felizes depois se tornam tão dolorosos? O que faz alguém querer apagar completamente o rosto de outra pessoa? O que faz alguém amar tanto, que problema nos relacionamentos acontece que faz que mesmo se amando tanto, tudo fique tão errado e feio?


Hoje eu tenho vontade de apagar algumas lembranças, mas são recentes e não foram felizes pra mim como as que eu sei que com você eu vivi e esqueci. São lembranças pequenas que só me jogaram aqui... Mas vou te dizer a verdade: eu queria que você estivesse aqui agora comigo me abraçando. Eu queria mesmo, porque você dizia que era tudo frescura minha, e até nisso eu pareço a Clementina, mas mesmo assim você me abraçava, forçado, obrigado, obrigada. Se ler, não comente. É uma lembrança que eu não quero ter.


Quão feliz é o destino de um inocente sem culpa. O mundo em esquecimento pelo mundo esquecido. Brilho eterno de uma mente sem lembranças. Cada orador aceito e cada desejo renunciado."
Alexander Pope


"Meu interesse é viver sem você, nosso passado eu procuro esquecer. Ao grande protetor eu peço em uma prece, "Senhor, por piedade, vê se ela me esquece". O nosso amor, um grande amor, termina assim. Todo romance tem princípio e tem fim." Senões - Cartola.


O Poderoso Chefão

The Godfather (O Poderoso Chefão (título no Brasil) ou O Padrinho (título em Portugal)) é um filme norte-americano de 1972, dirigido por Francis Ford Coppola, baseado no livro homônimo escrito por Mario Puzo. É estrelado por Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall, Sterling Hayden, e Diane Keaton, junto com John Cazale, Talia Shire, Al Martino e Abe Vigoda. O filme conta a história da família mafiosa Corleone, de 1945 até 1955. Teve duas sequências: The Godfather: Part II, em 1974; e The Godfather: Part III em 1990. The Godfather foi indicado para dez Óscars e venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator (Marlon Brando). Também foi selecionado para preservação pelo Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos.
[Wikipedia]

Al Pacino // The Godfather (1972) - CinemaMonAmour