"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Indicadores de uma amizade bacana

Eu sou uma pessoa chata, sou sorridente, brinco, não sou reclamona (não o tempo todo), mas sou meio complicada com relacionamentos de amizade. Eu não sou de ficar sempre perto, sempre presente, sempre sabendo de tudo, às vezes isso é ruim, mas não me culpo mais tanto por isso, afinal, tanto existem momentos em que a vida não permite como também momentos em que realmente não se está a fim, e eu sou da porcentagem de pessoas que não fica a fim várias vezes, por ser assim, sou super compreensiva quando as pessoas não estão a fim para fazerem alguma coisa por mim ou comigo também.

Como quase tudo, sistematizei a forma como vejo essas relações, e tenho minhas questões sobre elas também:

1. Eu me sinto à vontade para compartilhar as minhas coisas? Tanto as boas como as ruins?
2. Ao compartilhar, que tipo de feedbacks recebo? De apoio e exortação ou de reprimendas (que é diferente de exortação)?
3. Saímos juntos?
4. Mas se não saímos, o afeto continua (lembrando que é preciso sim sair, mas isso respeitando a frequência afetiva de cada um)?
5. Há cobranças?
6. As atividades começam a ser mais "por obrigação" ou para evitar brigas do que pela vontade de estar perto?
7. Você cresce pessoal/espiritual/intelectualmente com esta relação?

Transformei cada questão num indicador e divido aqui minhas conclusões com vocês:

1. Sentir-se à vontade para compartilhar suas coisas.
Numa relação de amizade há espaço para sinceridade, honestidade e compartilhar. E isso é recíproco. Você deve sentir-se à vontade para isso, caso contrário, é bom refletir se é uma amizade mesmo ou só a companhia nos momentos legais. Compartilhar é extremamente importante, você insere o outro em sua vida, honra as pessoas com informações que você não dará para qualquer um e vice-versa, fica realmente feliz com a felicidade do outro e não é uma competição, é alegria dobrada! O mesmo vale para a tristeza. Acompanha o crescimento e amadurecimento do outro nas diversas áreas da vida e conta esta história, a sua e a dele, com alegria, mesmo com os momentos ruins.



2. Receber feedback.
Compartilhar nossas particularidades também faz da gente vulnerável. Permitir que o outro entre em nossas vidas também inclui uma permissão para que ele possa dar os seus pitacos de vez em quando. Aqui o importante a ser notado é a forma como isso é feito, afinal, feedback é uma coisa que nem sempre todo mundo sabe dá. Um amigo de verdade vai sim dizer quando você fez uma coisa errada, mas não pra fazer você se sentir culpado. Eu já fiz coisas horríveis nesse meu curto tempo de vida, e um dos melhores feedbacks que recebi foi tipo: "Steffi, tu vacilou mesmo, %%$#, que vacilo! Mas agora já era, bola pra frente, não fica pensando nisso, e evita fazer isso, isso e isso aqui de novo pra não cometer o mesmo erro."; foi libertador para mim, era o que eu precisava: levar uma "bronca", mas não me sentir culpada, pelo contrário, me sentir acolhida e querida, mesmo depois da merda feita. Não é legal dizer algo seu e receber um feedback que te faça se sentir pior ainda, não é legal, depois de se abrir, ouvir "cara, nunca fiz isso", "eu pelo menos não fiz assim", no que isso ajuda? Nada.


3. Sair juntos
Sair juntos hoje em dia é uma coisa difícil, pelo menos para mim sim. Primeiro porque eu nem sempre gosto de sair, como já disse, e quando gosto, às vezes prefiro sozinha. Segundo porque a correria às vezes não permite mesmo. Mas tentar fazer isso pelo menos 1x por mês, sei lá, se for pra sistematizar, é importante, muito importante!



4. Não depender da presença física
Sair, estar presente, é importante sim, mas o afeto não pode depender disso. Existem aquelas pessoas que mesmo que você não ande sempre presente, quando você reencontra é como se nada tivesse mudado, tudo é compartilhado! O afeto, mesmo com a distância física, precisa continuar, se esfria, alguma coisa está errada.




5. Cobranças
Em nenhuma relação cobranças são legais. Numa amizade muito menos. Quando existem cobranças demais, o que isso me transmite é um desequilíbrio de "vibes", vamos dizer assim. Se um sente muita falta de algo e outro não, significa que os dois estão em momentos ou com necessidades diferentes, também pode ser só aquela coisa da pessoa ser desligada, ou um problema pessoal no momento, mas é importante verificar a frequência em que isso acontece, afinal, momentos passam, problemas também, então, se for uma constante, é bom avaliar.




6. Por "obrigação".
Começar a fazer as coisas para evitar situações chatas é muito incômodo mesmo. Realmente existem as vezes em que temos que dar o braço a torcer pelo bem do nosso amigo, mesmo que a gente não queira fazer algo, mas ainda assim, sentir-se na "obrigação" de fazer o que quer que seja, é muito ruim. E é uma sensação diferente de dar o braço a torcer. Se ir a alguns lugares ou fazer ou falar certas coisas começam a ser feitos para evitar certas discussões, então é preciso refletir sobre se essa relação está sendo saudável ou não, se isso está lhe fazendo bem ou não. Afinal, é como se enfiar numa relação onde você precisa estar sempre andando "pisando em ovos".



7.Crescimento pessoal, espiritual e intelectual
Eu considero este item importantíssimo! Um amigo de verdade faz você crescer: te indica bons textos, boas músicas, bons filmes, compartilha notícias, se preocupa com sua relação com Deus (até mesmo se ele não tem a mesma religião, pelo simples fato de saber que isso é importante para você) e te torna uma pessoa, enfim, melhor a cada dia. Te ajuda e te incentiva a perdoar, mudar, arriscar, faz você florescer. Cresce junto e se alegra com isso.

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