- Gospel...

Admiro pessoas que tem vontade de fazer mais, admiro aqueles que firmaram um compromisso com o "Ide", mas admiro muito mais aqueles que fazem isto com sabedoria, que traçam um plano, que tenham estratégias.

Ontem fui ao Reviver, Centro Histórico da minha cidade, e me deparei com um evento gospel. Eu já até tinha ouvido falar dele, mas não tinha dado muito trela porque não curto muito as coisas que tem "gospel" no meio. E já explico o porquê.

Vamos aos dados:

- Quais pessoas do Reviver precisamos evangelizar?

A resposta poderia ser: todos. E está correta, mas há algumas pessoas específicas:

São os hippies, os rockeiros, os usuários de drogas... E, posso estar sendo muito crítica e pouco justa quanto ao evento, mas preciso dizer: não foi um evento voltado para o pessoal do Reviver.

Como o nome do evento mesmo disse, foi um evento gospel, foi para o público gospel!

As pessoas, em sua maioria, que frequentam o Reviver, gostam de um bom reggae, um bom rock... E eu gosto de algumas músicas que foram tocadas e tal e eram muito bonitas mesmo, mas poxa, quem dos hippies sabiam cantar aquelas músicas?

"Ah, Steffi, mas não podíamos tocar músicas 'seculares!'" (odeio esse termo também...)

Então tocava um Mount Zion, um Christafari, tocava Resgate, Katsbarnea, algo mais "parecido" com o ambiente, chamava a Corpus S/A (Olha a propaganda, Bart! Nem sei se tu ia gostar também shauhua). Sei lá, existe mais arquivo pra se explorar.

Não curti muito o evento. Minha opinião sobre ele não vale muita coisa, mas fiquei pensando muito nisso porque eu sei que Jesus iria fazer algo que se relacionasse diretamente àquelas pessoas. Foi um evento evangelístico, mas que praticamente atingiu quem já É convertido. Fazer alguma coisa no Reviver não é fácil... Eu que o diga quando no período do carnaval do ano passado fui ao Bar do Porto e tinham uma banda talvez ateia ou satânica e eles gritaram horrores sobre Cristo, sobre os cristãos, perguntaram se tinha um ali e que se tivesse fosse embora, eu levantei minha mão, bem baixinha, com medo e minha amiga, que não é cristã, me disse: "Não faz isso não." Eu chorei, cara. Chorei quando cheguei em casa porque me vi numa situação de não poder levantar a mão!!! Deus sabe o quanto era difícil convidar um hippie pra um culto, mas às vezes, quando estava na Zion, conseguíamos. Conseguíamos chamar o cara que engraxava sapatos, o hippie de passagem, os gurizinhos que ficavam na rua, o carinha que era deísta... Não era sempre, mas às vezes a gente conseguia.

Do pessoal que mora ali ou vivem dali, poucos vão realmente se converter num evento desse, porque pra eles às vezes não há um depois, no dia seguinte eles precisarão se preocupar em vender as coisinhas deles pra comprar o vício e a comida, a comida  talvez. Não é a estrutura, a grandiosidade do evento que vão chamar a atenção deles. Eles preferem uma ajuda, comida, roupa, conversas na calçada... Eles são simples.

Eu e minha língua que não cabe na boca.