"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sobre a tristeza.

As pessoas se acostumaram com o teu jeito sempre sorrindo e feliz. Esse seu jeito sempre alegre alegra os outros e conforta quem está mal, mantém a aparência de inabalável e divertido, aproximam as pessoas de você. Tu estás sempre rodeado de pessoas diferentes, alegres, que topam qualquer coisa, que dançam, que brincam, gritam, riem... Está tudo bem.

Mas eu e você sabemos que essa saída hoje à noite de casa foi apenas pra esquecer o que deixou lá dentro, ou apenas pra não pensar mais ainda no que está dentro de si mesmo. Nós sabemos que seu sorriso e sua agenda super ocupada é pra evitar mais lágrimas e dar uma de "não ligo", "não me importo". E não é bem assim.

Quando se está triste ouvimos os mais diversos conselhos: "sai!", "muda o visual", "vamos dar uma volta", "seja feliz", tanta coisa, quando o que mais se quer é só chorar. Eu aprendi que existem tempos que não são para serem felizes, eu aprendi que se existem momentos onde há motivos, por mais tolos que possam parecer, para chorar, então é melhor eu chorar, tudo, de uma vez. Eu aprendi que até a tristeza tem sua utilidade e sua beleza, não, não é um papo sádico, é um papo de paz. Como ficar em paz se vamos adocicando as situações com contextos completamente desproporcionais à realidade? Se é pra sofrer, vamos sofrer e tirar proveito disso também.

Eu escolhi chorar quando tinha motivo pra chorar. Eu escolhi me resguardar quando não conseguia mais conversar sem reclamar nem deixar uma lágrima rolar, eu escolhi não amenizar o que eu estava sentindo, porque eu sabia que  não era de graça, eu sabia que eu precisava e iria aprender alguma coisa com isso.

Eu não faço mais o tipo "sempre feliz". Eu não escondo a minha dor de mim mesma. Ela é minha e se a sinto, espero fazer bom proveito.

Afinal de contas, há "tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar." (Eclesiastes 3: 4-5)

Sem lembrar que o consolo é algo tão bom, tão necessário, pedir perdão a Deus, pedir a Deus por carinho, pedir a Deus tranquilidade...

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Um comentário:

Anônimo disse...

"... amadurecer como uma árvore que não apressa sua seiva e permanece confiante durante as tempestades da primavera, sem o temor de que o verão não possa vir depois. Ele vem apesar de tudo. Mas só chega para os pacientes, para os que estão ali como se a eternidade se encontrasse diante deles, com toda amplidão e serenidade, sem preocupação alguma. Aprendo isto diariamente, aprendo em meio a dores às quais sou grato: a paciência é tudo!”

Rainer Maria Rilke em “Cartas a um Jovem Poeta”

Julio