"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Não nego fogo, eu sou o próprio, e queimo, me queimo.

Está certo, eu já entendi o porquê de tantos pedidos de perdão e o porquê de tantas impossibilidades. Não é que não sejam bons pra mim, não é que não sejam legais, nem é que eu seja boa demais. Eu evitava usar o que vou dizer/escrever agora como motivo pra não alimentar meu ego, mas parece que é isso mesmo: só não sou o que querem. Só isso.

Eu entendi que não tem jeito pra mim: eu nunca vou ser o esteriótipo da menina crente. A não ser que Deus queira. Mas, por mim mesma, nunca serei doce e delicada e meiga o tempo todo, eu nunca vou ser uma menininha fresquinha, e olha que eu tenho medo de barata, aranha e galinha. Sim, tenho medo de galinha. De rato não, talvez um pouco de nojo, mas nem tanto... Eu tenho medo de alguns bichinhos e mesmo assim não me consideram um poço de delicadeza nem uma criatura muito frágil. E se isso é errado, não se preocupe, eu oro pedindo que isso seja mudado, que se ser assim como eu sou, despudorada, tantas vezes sem papas na língua, brincalhona demais, "fácil"?, aquele jeito de gente que ri alto e dança qualquer música em qualquer lugar, se for errado ser assim, então que tudo isso seja alterado, mas eu, de verdade, não vou mais fazer força, porque já fiz demais e não consegui. Se tiver que mudar, mudará, não pelas minhas próprias forças, mas só se Ele quiser.

Eu entendi que não aceito mais receber ordens sem saber por que ou sem mensurar as consequências caso eu as obedeça, então talvez isso assuste mesmo, porque eu aposto que diversas vezes não levei em consideração qualquer coisa que você me disse, ou até levei, mas decidi não obedecer, e isso pode ter te... ferido? Não, acho que não. Feriu mais a mim, pois você na certa deve ter achado que sou "independente" demais e "solta" demais e que te daria trabalho futuramente... Feriu mais a mim, porque nada disso é verdade. Eu sei ser um, eu sei ser dois, eu sei ser um nó e sei ser um laço, eu sei - pelo menos eu tento - fazer darem certo as coisas que quero, só que não depende exclusivamente de mim. Fez bem você pensar assim, porque podia ser isso tudo e muito mai mesmo.

Eu entendi que xingo (e nem xingo muito, você não conhece minha mãe e meu irmão) e que xingar não é bonito, definitivamente. Se é certo ou não nem discuto, mas, por este detalhe engraçado e sórdido, você me jogou um degrau abaixo na sua escala de perfeição feminina. Deveriam ser xingados também quem age assim como você agiu comigo. Mas você é legal, não merece. No fim, não considero sua inteireza uma putisse completa. Quero que fique sabendo também que não estou aqui me reavaliando ou chorando litros - acredite, agora eu não estou chorando - porque se trata de você, não se trata de você, pouco me importa você agora, se trata é de mim. Se fosse qualquer um, qualquer um, que tivesse me dito a mesma coisa, eu estaria mal. Podia ser um mendigo ou o próprio Brandon Lee, se estivesse vivo, se dissesse o que você e mais uns dois me disseram, eu estaria assim do mesmo jeito. Portanto, nem ouse pensar que é por sua causa que estou dessa maneira. Eu estou assim porque estou assim, porque sou assim, e não vou mais ficar questionando se é melhor ser de outro jeito pra qualquer outra pessoa. É aquele clichezão mesmo: temos que ser bons pra nós.

Eu entendi que não posso me colocar em situações que possam me testar, e tudo por uma coisa só: eu não nego fogo. Pelo contrário, eu sou o próprio fogo. Fogo em palha. E quem sai mais queimada? Eu. Eu me queimo, por dentro e por fora. E parece que isso está meio que estampado na minha cara. Se alguns fizeram uso, tudo bem, eu usei também. Isso eu entendi bem, e compreendi que não é bom, que não quero mais, que, inclusive, não devo. Não porque não é "aproveitável", mas sabe... Essa história está perdendo a graça. E outra coisa: eu tenho consciência que Deus não quer isso pra mim, e por isso eu oro sabendo perfeitamente que é um problema meu e que preciso colocar nas mãos Dele, ao mesmo tempo que preciso fazer uma forcinha por aqui pra evitar tudo o que tão facilmente me chega aos olhos, às mãos, aos ouvidos, à pele... Por causa disso eu sei que fui jogada mais dois degraus abaixo na sua escala, mas disso eu nem reclamo, na minha escala eu também caí, na minha escala eu estou bem lá embaixo.

Na minha escala eu nem procuro me colocar, não consigo me encaixar. Eu queria ser tudo aquilo que eu não sou e entender que ser tudo o que sou agora não deve ser tão ruim assim... Mas não dá. É ruim sim, não pra você, mas pra mim.

"(...)Agora preste atenção: nunca olhe pro seu peito. Nunca. Sempre adiante. Vai lá. Lembre-se que tá tudo sempre muito bem, que você é forte, nova, bonita, bem-sucedida, inteligente, tem tudo pra ser feliz. Mas não é." trecho de um texto da Ana Paula Magalhães na Confeitaria.




"Da vida, eu convicto estou, que os vícios de outrora se apagarão. Se as chaves do meu coração encontrarem a sua mão, à força grave da sua voz os meus desejos se renderão. Como a luz que oprime a escuridão, que sejas meu sol." - Lucas Waricoda (7 canções de um mesmo amor)


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