"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pimbadas da Madre Deus


Pra quem não sabe Madre de Deus é um bairro de São Luís do Maranhão que fica próximo ao centro da capital e é um bairro cultural, ou mais folclórico... Enfim, a Madre é (ou era, com esse passar do tempo nem sei mais...) o point das festas juninas e do carnaval. Eu cresci na Madre de Deus e eu gosto da Madre de Deus, é um bairro relativamente perigoso, mas comparado a todo o resto da cidade acho que tá tudo igual... Como eu dizia, eu cresci na Madre de Deus, eu dancei na Madre, eu acho que só não bebi na Madre porque quando eu frequentava as festas da Madre eu era criança (frequentava com meus familiares, viu, gente?) e depois que eu cresci essas coisas, pelo menos boa parte delas, perderam o encantamento pra mim. Isso não significa que eu não gosto mais de um boi, de uma Turma do Quinto, de um Barrica... Eu gosto muito! Mas, isso não me pertence maaaaaaaais! Pelo menos não pra eu continuar dançando, acompanhando, eu vou dar um olhada, canto as músicas, mas não perco mais a minha noite de sono.

Continuando, me empolguei tanto falando da Madre de Deus que perdi o foco: eu conheço algumas pessoas do bairro, algumas poucas, de vista, algumas ainda lembro o nome... E o que tem a ver? Eu moro pelas bandas, mas eu não sei de nada e fico descobrindo só pelo facebook. Não adiciono ninguém da Madre no meu face, só pessoas muito amigas, então é quase nula a quantidade e adicionar por adicionar, conhecidos de vista, nananinanão... Mas aí às vezes navegando pelo City Face acabo achando o perfil daquela fulana que estudou comigo na 4ª série ou daquela que dançou comigo quando eu tinha uns 9 anos e não resisto! É claro que eu dou uma espiada básica! E eu fico tão besta olhando, marocando... Primeiro que eu penso: "nossa, que linda!", aí eu vejo fotos dessas pessoas nos points chiquérrimos de festas de toda a São Luís, lindos, chiques...

Aí eu lembro que não é nada disso! Que a gente mora num subúrbio! E fico pensando como eu realmente não poderia ter nenhum tipo de relacionamento com essas pessoas, não porque não gosto delas, mas porque somos muito diferentes mesmo, nem melhor nem pior do que o outro, só diferentes, os gostos, os locais... Outra coisa: tanta menina grávida. Já disse antes e repito: ninguém tem culpa, ninguém é errado porque engravidou, pode acontecer com qualquer pessoa que não se previne ou se previne, ninguém está livre dessas coisas, mas o que me espanta é o número. Parece uma comprovação do estereótipo: a menina que mora no subúrbio ou na favela e aí namora cedo, transa, engravida, casa cedo, não continua os estudos... Os pagodes da Madre dão o que falar... Os moradores parecem transitar entre o sempre desejo de fazer parte de uma classe maior, mas não perdem a essência de ser um bairro de classe pobre e média. Não estou julgando ninguém! Quero dizer com isso que não estou falando que fulano ou beltrano por ser de lugar ou de classe assim ou assado é pior ou melhor na cadeia alimentar, mas há sim peculiaridades na maneira de agir, de se vestir, isso é fato.

O que me preocupa é que é uma geração informatizada, cheia de tecnologia e mesmo assim ainda acontece esse tipo de coisa, gravidez na adolescência (na adolescência meesmo, uns 13 ou 15 anos, por aí...), marginalidade, não continuação dos estudos... O pessoal só quer saber de festa, de pagode, de curtir. E tudo bem em amar isso! Todo mundo quer isso! Mas parece que é SÓ isso. Aí não dá, não é? A Madre de Deus está bombando!





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