"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Quando um piti é necessário!


Às vezes um "piti" parece ser necessário, eu me dei conta disso estes dias. Se você é uma pessoa no mínimo sensata, pensará: "mas isso é criancice, falta de maturidade." Se você é uma pessoa orgulhosa demais, pensará: "não, quero ver o que fulano fará!". Mas aí é que a coisa tem sua problemática: sensatez nem todo mundo tem e por causa de orgulho muitas pessoas não admitem estarem erradas nunca. Isso implica em quê? Pessoas insensatas e/ou orgulhosas erram, vão ferindo os outros, não se desculpando, não se responsabilizando, não sentem dor na consciência e se sentem justificam de alguma forma suas atitudes para não senti-la mais e você, você que sofreu, se chateou, se ofendeu e etc., fica onde? Na merda.


Percebo que às vezes, até na esfera profissional, um "Piti" de vez em quando parece resolver alguma coisa, quando, por exemplo, ninguém quer fazer nada, deixa tudo em cima de suas costas e etc. Não estou afirmando que fazer "Piti" é a maneira correta de resolver tudo, mas ele se mostra um bom aliado se feito na hora certa e com os argumentos corretos e verdadeiros. Sabe aquele momento em que você cansou do que o outro está fazendo com você? E sabe quando você sabe que está certo? Não há nada de errado em falar para o outro o que é que lhe aflige! Diga, fale, você também tem o direito de ficar chateado, de não querer, de não aceitar, de querer se sentir bem tratado. Então, faça o seu "piti". Diga: deste jeito eu não quero! Deste jeito eu não aceito! Você também sente as coisas. Já deu pra perceber que o piti do qual estou falando não é: "aaah... eu quero aquele urso! Eu quero, eu quero, eu quero! (batendo pés no chão)", mas sim aquele em que você pensa e diz: "Poxa, quem é você pra fazer me sentir assim?"

Dê o choque de realidade no outro. Por falar nisso, adiciono outra "categoria": são as sensatas, orgulhosas e as desatentas. Pessoas desatentas também erram, muitas vezes acabam não ponderando as consequências de seus atos e passam por irresponsáveis ou insensíveis, mas há momentos em que são apenas desatentas, simplesmente não percebem o que estão fazendo. Com gente assim um "piti" também pode fazer bem. Pra acordar, para que fulaninho fique com vergonha do que fez, pense no que fez. E mesmo que a atitude de fulaninho não mude, mesmo que ele não peça desculpas a você, este seu "piti" pode ajudar a mostrar ao outro: "ei, eu estou aqui e sou tão difícil quanto você, tenho tanta opinião quanto você e sou tão importante quanto você, então, por favor, faça a coisa direito!".

Eu poderia usar outra palavra em lugar de "piti", mas é que, do jeito que sou, quando faço isso (ir até o outro e dizer tudo o que estou sentindo a fim de que ele mude de atitude) sinto como se eu estivesse fazendo um piti. Mas nunca foi tão necessário antes na minha vida fazer isso, e em várias circunstâncias. Algumas vezes as pessoas não percebem o quanto entristecem, neste momento, dependendo da situação, às vezes é bom se afastar de vez, outras vezes é necessário recuar, dá um espaço para o outro e relevar algumas situações, e em algumas vezes, principalmente quando gostamos muito de alguém, é bom FALAR. Falar como estamos nos sentindo nos coloca na história como personagens importantes também, é quase o mesmo que dizer: "Ei, eu sei que a história da sua vida é sua, mas você vive sozinho?". Ninguém vive sozinho, que história sem graça essa de um personagem só... Você também faz parte do outro, você é também um personagem e um personagem importante. Não deixe que te deem migalhas, não deixe que te tratem como coadjuvante, não deixe que te façam sofrer como se você não fosse sentir ou não fosse se importar. E, acima de tudo, perdoe. Perdoar liberta, tira isso que é tão pesado, ruim, essa sensação de sufoco que temos quando estamos com muita raiva ou tristes. Expresse-se. Faça seus pitis de vez em quando.

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