Bem, com você, durante estes dias, eu descobri que estou mal mesmo. Mal do tipo quase "morta", meio que por dentro, dá pra entender? Eu não sei o que sentir, como sentir, se devo sentir, e não me permito. Percebi que não me permito sentir que alguém pode sentir também, não me permito imaginar alguma coisa mais além, não me permito tentar entender essas coisas nem sequer ver um lado positivo. Isso é ruim.
Eu também descobri que estou acostumada com o que é descartável, porque parece ser mais simples, né? É mais fácil: usa e joga fora, troca, sofre um pouquinho, se reconstrói... Pronta pra outra. Ganhou experiência, história, aprendeu mais umas técnicas, descobriu mais coisas... Não tem que dar satisfação, não precisa fazer cena, não precisa perguntar, não precisa nem sequer se apegar, não tem disso de ser de um, não precisa cuidar.
O que afinal de contas é isso, hein? Eu não quero, e quero, tu não queres, e quer... E agora? O que fazer? Ou o que não fazer?
Eu sei que você espera alguém "menos". E menos, nesse caso, é mais. Eu sei que você esperava que eu fosse "menos", mas eu sou mais, intensa, perigosa, inconstante, irritada, com histórias prévias que eu não posso apagar, à frente do andor, andando rápido e carregando um santo de barro.
É difícil, eu sei que você não teve esse joguinho de conquistar, a dificuldade. É, a situação é difícil, eu não.
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