"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

terça-feira, 5 de junho de 2012

A situação da televisão maranhense


Percebo tristemente a situação do Maranhão. É um estado rico, bonito, porém muito mal cuidado. O mesmo vale para seus filhos. Os maranhenses já sofrem o bastante junto com os outros estados nordestinos a aparente “infelicidade” e “azar” desta condição: ser nordestino. Ser nordestino parece representar para o resto do povo brasileiro um cidadão sem educação, que só se interessa por festa, que não estuda e só gosta de forró e de tudo o que “não presta”. Não vamos entrar no mérito da questão “gosto”, dentro de um parâmetro ele é discutível, no entanto, não este o objetivo.
O que ocorre é que muitas vezes agimos de tal modo a dar vazão às críticas e preconceitos que existem sobre nós. O Maranhão é um estado incrivelmente desigual. A capital tem praias bonitas, mansões, hotéis caros, carros caríssimos transitando pelas avenidas, enfim, uma parcela da população vive muito bem aqui, enquanto outra precisa passar por dificuldades tais como a falta de água, de saneamento básico e até mesmo de moradia digna.
Não há bairro que não tenha uma imagem própria. Se falarmos “Calhau” ou “Renascença”, temos uma imagem, se falarmos “Liberdade”, “Barreto”, “Madre de Deus”, outra completamente diferente. O mais instigante nisso tudo, é que a parcela desfavorecida é muito maior, no entanto, parece invisível. Até para a televisão, esta, que em tese, deveria mostrar tudo isso.
Ao ligar a televisão em um canal com uma programação local o que vemos pode ser decepcionante. Você poderá encontrar: um programa turístico que mostra os interiores do estado, suas belezas e o que ele tem a oferecer; uma senhora da “alta sociedade” convidando gente que a maioria da população maranhense nem sequer conhece e nem sequer tem interesse de conhecer pelo simples fato de tal pessoa provavelmente não fazer nada pelo seu estado, a não ser, desfrutar do que ele tem a oferecer de bom; um grupo de repórteres visitando as festas e mostrando gente embriagada, meninas com roupas vulgares ou mocinhos e mocinhas de classe alta no camarote VIP bebendo socialmente (ou não) sem preocupação nenhuma nos shows que temos por aqui, que inclusive não condizem com a condição da maior parte dos maranhenses; uma série onde só participam alunos de uma escola onde a mensalidade é até maior do que um salário mínimo, desfavorecendo assim o talento que muitos que não têm condições possuem, e pior, que imita situações fúteis, fazendo com que a massa adolescente anseie por uma coisa desnecessária e tenha a atenção desviada dos assuntos que realmente importam; um programa de humor que usa as massas para fazer piadas, mas parece não ter nenhuma preocupação social, mas, em se tratando de humor, é aceitável; muitas horas dedicadas a programas exclusivos a propagandas de lojas e, claro, um programa pra fazer fofoca. Os únicos programas que parecem se importar são os voltados para os crimes, a ação policial e as reclamações, e é só isso que acontece, o cidadão reclama, reclama, reclama e... Reclama. Reclamar não significa mudanças. Enfim, NENHUM programa interessante. NENHUM!
Mas ninguém liga pra isso. Porque o argumento é de que maranhense é assim mesmo, ele gosta dessas coisas. Talvez ele não tenha mais nada do que gostar. O maranhense não tem uma opção onde o público que se importa com o estado, com a cidade, com a situação social tenha voz e vez. Não há um programa onde os representantes do povo possam conversar de igual pra igual com quem o colocou no poder. Não existe!
O jovem maranhense precisa saber que ele tem pra onde ir para falar, pra mostrar sua opinião, ou até mesmo a falta dela, que é um caso gravíssimo também. Onde possamos discutir todos os assuntos que precisam ser discutidos: educação, cultura, política, saúde e o que tem sido criado pelos jovens, pelos idosos, enfim, independente de idade, cor e religião, pelo o que estado e pela capital. O Maranhão precisa disso. Os ludovicenses precisam disso.
É um apelo por uma programação decente, voltada para os que precisam saber das reais circunstâncias da cidade.

2 comentários:

Tariâna disse...

Muito interessante. E infelizmente essa é a realidade nao so da TV maranhense, mas de todo o mundo. Quem se interessa em assistir Keeping Up With the Kardashians, mas o programa faz sucesso nos EUA, mostrando bando de riquinhos e seus problemas de primeiro mundo. Gostei do teu blog, a Mariana quem me indicou.
Fica na paz!
Tariana Rodovalho
www.revistaselo.com

ABUTRE´S FACÇÃO SÃO LUIS-MA disse...

Sem duvidas não é falta de capacidade dos nossos profissionais... em todo lugar basta vender oque interessa oque agrada e que na verdade condiciona o povo .
Sarney´s lobão´s e afins , suas classes oligárquicas e seus acordos financeiros ,suas empresas que crescem aparecem na mídia,patrocinam os horários nobres, a quem interessa seus pontos de vistas, a quem
importa que seja visível. dalua 1%