"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

domingo, 12 de abril de 2015

"Ai, odeio essas coisas da massa!"

Não vou ser tão hipócrita a ponto de começar a escrever fingindo que o meu passado não tão longíquo assim não teve nada disso, então, é o seguinte: eu já falei essa frase. Eu já achei ridículo alguém gostar de forró, depois alguém gostar de pagode, em seguida, alguém gostar de funk e por aí vai... Mas, estou liberta!

Hoje, eu, sem amarras, sem medo, sem me importar muito, ouso dizer em alto e bom som: "meu bem, não curto nem conheço muito de jazz." Não tenho medo de parecer alguém que não está por dentro do que não é tendência, porque o que não é tendência é a nova tendência do momento. Gosto de pagode, e você? Gosto também de forró, o calipsado, o pé de serra, enfim... Assim também como gosto de música clássica, trilhas sonoras, blues, e um monte de coisas que meu namorado diz que são alternativas demais para ele e outras que meus amigos dizem que são estranhas demais. Gosto de quase tudo que me faz dançar, assim como gosto de qualquer coisa que me faça viajar. Tenho o bom senso de pelo menos avaliar umas letrinhas aí. Gosto de muita coisa popular, da mesma forma como gosto da voz rouca e meio fânia do Asaf Avidan. Adoro as músicas meio bregas do Peninha e da RoRô, sou apaixonada pelo Lenine e umas velharias aí que o povo não liga mais (viva Sérgio Sampaio!), além de umas novidades que acho que não vão chegar tão cedo aqui no Brasil. Sinceramente, hoje isso não significa muita coisa nem diz muito assim do que eu sou.



"Ah, Steffi, mas tu é hipster."
"Ah, Steffi, mas tu é cult."

Já ouvi isso várias vezes, e gente, sinceramente... Isso já está ficando muito chato. Sério mesmo. Está insuportável ver o pessoal "alternativo" se achar realmente uma alternativa. O "alternativo" tá tão na moda do que alguns anos era Cavaleiros do Forró (e eu odiava, e hoje sei que foi só recalque meu). Não me acho nem um pouco hipster nem lá cult. O que tenho percebido é que isso tem se ampliado para tudo, sabe?

Eu estudo Psicologia, o meu prédio na minha universidade é o conhecido  CCH-Centro de Ciências Humanas. Lá rola de tudo com tudo quanto é gente. Eu gosto de lá e antes, toda aquela "alternatividade" e diversidade me fascinavam... Hoje, sinceramente, eu fico procurando pessoas que não se importam com nada mais além de sustentarem uma imagem. Tudo bem que todo mundo, de alguma maneira, sustenta uma imagem... É só que... ai, tá chato já não ver ninguém sendo "verdadeiro" mesmo. Às vezes parece uma disputa do tipo "o mais estiloso", "o mais alternativo", "o que conhece mais bandas desconhecidas"... e por aí vai.

Às vezes, faço como Cássia Eller: eu só peço a Deus um pouco de malandragem. Não a malandragem que comete delitos, mas aqui se diverte, a que não se importa muito com isso tudo, dá para entender? queria apenas que todo mundo fosse o que quisesse ser, até eu.

Isso tem acontecido até entre os cristãos, sabia? E aí mesmo que é insuportável. Tem coisas no meio cristão em termos de arte, conteúdo e etc., que eu abomino mesmo, que eu tenho nojo. Mas daí a definir um próximo meu pelo fato de ele não ouvir Palavrantiga ou não conhecer Simonami, daí já acho extremo demais. Algumas pessoas que não escutam apenas músicas feitas por cristãos, acham isso a última moda e o máximo da evolução e maturidade da fé e começam a questionar todo mundo que não escuta a alternatividade do mercado musical cristão ou simplesmente música "secular". Eu sempre achei isso muito normal, mas hoje to nem aí se fulaninho gosta é de Damares! Amém! Que bom que tem tudo para todo mundo. E é assim que é a vida. Assim que a vida é.

E Deus me livre de ser tão reducionista assim com qualquer pessoa. Deus me livre que meus relacionamentos sejam pautadas nessas coisas. É só isso que espero.

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