"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Se é preciso manter distância, então que seja.



Chegou um tempo onde os risos, as piadas não faziam mais tanta graça para mim, onde, como conclusão de uma conversa com uma pessoa amiga, aquilo tudo exercia influência demais sobre mim, mas eu não exercia influência nenhuma.
Comecei a me sentir o alvo de piadas sem graça, e ao mesmo tempo que perdiam tempo discutindo sobre o que eu fazia ou deixava de fazer, também diziam que não se importavam nem um pouco. No entanto, nunca vieram me perguntar, cara a cara, olho no olho, com cuidado e não com um dedo apontado, o porquê de eu estar assim ou não, fazer isso ou não. E podem dizer, pensar, porque é o que eu digo e penso às vezes, que cada um é responsável por si e por seus atos (e é verdade), mas se gosto de alguém ou me importo, eu pergunto, se não, não pergunto, mas também não fico questionando.

A verdade é que eu nunca me senti tão excluída, e fico pensando se fui eu que causei isso ou se isso é algo natural, resultado do meu não-encaixe tão já conhecido por mim. Eu sentia que com eles eu me transformava numa coisa que eu não queria ser, ou será que eu  só mostrava o meu lado real, mesmo?Independente disso, minha consciência doía e eu sabia exatamente o que era essa "consciência", que pra mim importa, mas talvez não para eles, não para todos.

Muitas vezes me senti desrespeitada, mas para não magoar, ofender, perder a "amizade" ou mesmo não me estressar, sorri e brinquei com o que não deveria brincar. Sustentei uma imagem de tentar ser aberta, amigável e em troca recebi nada. E nem sei por que esperei. Tem lugares que a gente realmente não deve estar. Tem companhias que realmente não são pra gente, não porque somos melhores ou piores, mas simplesmente porque não nos fazem bem. Quando me senti uma "intrusa", ou então "em teste", nunca fiquei tão triste. Pelo menos fazia muito tempo que eu não me sentia assim.

As críticas que antes faziam eu parar para pensar e acreditar que eram verdades começaram a não resultar mais neste efeito, mas sim me colocar pra baixo, me fazer sentir mal, me sentir ruim. Penso que amizades são para isso: dizer a verdade, buscar a verdade, sentir carinho, ser um ombro, respeitar, coisa que eu não sentia mais. Eu ouvia as coisas como espadas afiadas e não como conselhos justos.

Eu só sei que mais do nunca hoje eu me sinto um peixe fora-d'água, tendo que enfrentar a minha paranóia sobre o que estão pensando ou falando. Eu que me pergunto: por que me importo tanto? Gosto de todos, não tem conversa, gosto mesmo, mas se for preciso manter uma certa distância para que eu mantenha meus princípios, seja respeitada, me sentir melhor, então vou fazer isso. É hora de desatar nós e fazer laços.

2 comentários:

Marcelo disse...

Muitas vezes nos sentimos assim mesmo, como se fossemos Don Quixote num mundo em que as pessoas insistem em buscar palavras e atos que não precisam...... Só posso dizer, continue, não desanime e um pouco que faça já será muito!!!! Um pouco que toque, já será valido, dar amor nunca é demais!!!!

Anônimo disse...

http://letras.mus.br/arnaldo-antunes/91606/