"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Somos todos inconstantes - quotes

Hoje estava lendo a matéria capa da revista Ultimato de novembro de 2012, ano XLV, nº 539: "Somos todos inconstantes, mas Deus não desiste de nós." Essa matéria tão simples e rica me serviu como um consolo, reafirmou coisas de que eu já tinha conhecimento, mas parece que, de alguma maneira, ali foram me mostradas como algo extremamente novo. Tomo a liberdade de transcrever aqui algumas partes da mesma:


Meias-voltas para trás e para frente
Na experiência de cada cristão há situações confortáveis (quando o vento contrário não sopra) e situações desconfortáveis (quando o vento contrário sopra). Tem sido assim no tempo (em qualquer época) e no espaço (em qualquer lugar), Longos ou breves períodos de plenitude espiritual são intercalados por longos ou breves períodos de esvaziamento espiritual; longos ou breves períodos de euforia são intercalados por longos ou breves períodos de desalento. O Eclesiastes trata deste fenômeno: há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de derrubar e tempo de chorar e tempo de ficar triste e tempo de se alegrar, tempos de chorar e tempo de dançar, tempo de rasgar e tempo de remendar, tempo de guerra e tempo de paz (Ec 3: 1-8). Não há uma linha reta e contínua entre o nascimento e a morte. Antes, nessa caminhada há curvas para a direita e para a esquerda, depois das quais volta-se à linha reta e contínua. Além da curvas, há meias-voltas escandalosas para trás e meias-voltas gloriosas para frente. Porém, o verdade cristão não é encostado, mas alcança o alvo, chega ao final da reta. Nunca sem problemas.
 [...] Todavia, em última análise, é a graça soberana de Deus que muda surpreendentemente o rumo da vida daquele que está em crise, arrancando-o dela.
Quando o pecador se lembra, Deus não se lembra
É muito mais simples do que pensamos. O mais fácil está em nossas mãos, o mais difícil, nas mãos de Deus. É uma cadeia de eventos. É preciso lembrarmo-nos das coisas esquisitas que praticamos para termos nojo de nós mesmos: "Então vocês se lembrarão de todas as coisas vergonhosas que fizeram" e "ficarão com nojo de vocês mesmos, por causa de todas as coisas más que fizeram" (Ez 20:43). É preciso ter nojo (sensação de culpa) para confessar. Foi o que aconteceu com o chefe dos copeiros de Faraó: "Chegou a hora de confessar um erro que cometi (Gn 41:9). Foi o que aconteceu com o filho pródigo. Depois de comer lavagem de porco o rapaz caiu em si e confessou: "Pai, pequei contra Deus e contra o senhor" (Lc 15.18).
É preciso confessar para não lembrar mais. As coisas esquisitas foram por água abaixo; são agora águas passadas, compaixão de nós e vai "eliminar nossos maus atos e jogar nossos pecados no fundo do oceano" (Mq 7.19). O Senhor dá a sua palavra: "Sou aquele que resolve o problema dos pecados de vocês [e] não guardo a lista de seus pecados" (Is 43.25). Essa é uma das maiores manifestações da graça de Deus: quando o pecador se lembra, Deus não se lembra. Só depois de perdoado por ele, o pecador pode (e deve) se perdoar!
A plena consciência da condição humana traz vantagens de muito valor
Além de ser uma obrigação, a plena consciência da condição humana provoca três vantagens de muito valor. Primeira: eu me compreendo melhor. Sou tentado pelo mal porque sou humano (Tiago diz que só Deus "não pode ser tentado pelo mal"). Estou rodeado de fraquezas, pois sou humano. Sou um, ontem, e sou outro, hoje, porque sou humano. Tenho inveja, tenho raiva, tenho fortes e insistentes ressentimentos contra os que me machucam, penso só em mim, não amo a Deus e ao próximo como deveria e não tenho paciência porque sou humano. Segunda: eu me obrigo a ter misericórdia para com os outros. A rigor, não sou melhor do que meu irmão nem ele é pior do que eu, pois ambos somos humanos. Nelsos Rodrigues, o mais influente dramaturgo brasileiro, dizia: "Se todo mundo conhecesse a vida íntima de todo mundo, ninguém cumprimentaria ninguém". O médico francês Maurice Fleury afirma o mesmo: "Depois de percorrer todos os escaninhos da alma humana, cheguei a uma conclusão: tenhamos piedade um dos outros". Se meu irmão tem um cisco no olho, eu tenho uma trave no meu. Se ele tem uma trave, eu tenho um cisco (Mt 7.3-5). Terceira: eu contrario a minha soberba. Por que Paulo e Barnabé não permitiriam que a multidão os tratasse como deuses em Listra? Não façam tal coisa - reagiram os dois missionários -, pois "nós também somos humanos como vocês" (At 14.15). Se não reconhecesse que era humano, o escritor alemão Johann Goethe jamais confessaria: "Não vejo falta cometida que eu não pudesse ter cometido". A percepção da nossa condição é uma enorme barreira contra a soberba. Quando se passa por cima desta barreira, somos derrubados. Quem se esquece de que é humano e começa a agir como Deus é obrigado a retroagir ao ouvir a voz de Deus: "Cheio de orgulho, você diz que é um deus [...], mas você é um homem e não um deus" (Ez 28.2).

Nada mais.

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