"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

domingo, 4 de setembro de 2016

Tranquilidade


* todas as imagens do Poeme-se*

Mais uma vez encontro-me com esta sensação de que está tudo parado, de que a vida está andando e eu sou a pessoa observando da janela. Mas talvez não seja isso...

Talvez eu só esteja realmente mais tranquila. Talvez estejamos crescendo e as nossas preocupações não são mais o que fazer no próximo final de semana, mas sim dar um jeito de reservar um tempo para ver aquele amigo que precisa de você ou que você não vê faz tempo.





Talvez a minha preocupação não seja mais dar um jeito de guardar dinheiro para aquele show tão esperado, mas sim pagar a conta para poder presentear a minha mãe. Talvez não seja mais fazer uma transformação no visual de acordo com a moda, mas sim de acordo com o que vai fazer eu me sentir bem.

O medo não é mais o de ficar para titia, mas sim o de se envolver com alguém que não vai valer a pena - afinal, em um determinado momento da vida você toma consciência que é melhor mesmo estar sozinho, do que mal acompanhado e descobre que esse ditado é válido para todas as relações. Até a família.



Talvez eu esteja na fase de querer contar as coisas da minha vida apenas para aquelas pessoas especiais que me acompanham sempre ao invés de ficar guardando segredinhos para fazer surpresas ou falando tudo o que me acontece no Facebook. Talvez eu esteja na fase de focar no que quero fazer e como posso fazer isso, em vez de sonhar o dia inteiro acordada.

Afinal, parece mesmo que são tempos de tranquilidade. Os domingos são caseiros, nem sempre por falta de programa, mas por opção. Aquela vontade de querer se embriagar para fugir um pouco desapareceu, e tudo o que eu quero é curtir  máximo possível com consciência, e, ao final da noite, chegar em casa e dormir na minha cama, e não na casa alheia, não se não estiver preparada. Sim, estou me sentindo assim. Quem me viu, quem me vê.



Talvez eu esteja na fase onde não o importante não é mais conhecer novos autores, novos cantores ou novas bandas, mas sim me aprofundar naquilo que já gosto, conhecer como se fosse a primeira vez e, ficar aberta para o que de novo aparecer. Ler os livros, assistir os filmes, conhecer gente novo, preservar as amizades, passar mais tempo com a família.

Os eventos são os casamentos, chás de cozinha, chás de bebê, visitas, barzinhos, aniversários... Parece afinal que estamos crescendo. Eu entendi, também, que o que tiver que acontecer, acontecerá. E, por enquanto, melhor viver nesta tranquilidade do que no ritmo louco das incertezas, aventuras e perdições que tantas vezes nunca me levaram a lugar algum.

O silêncio anda sendo a melhor música, e acredito que estou agora, de verdade, num processo de autoconhecimento profundo. Viajar por dentro de mim é o maior risco que estou passando ultimamente. Risco necessário, que compensa e gera transformações.


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