"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sobre largar tudo... e viver?

Eu sou o tipo de pessoa que precisa de segurança, justamente porque sou insegura. Eu preciso de um mínimo de "segurança" para viver sem muita neura, porque as neuras surgirão do mesmo jeito. Não sou aquela que não quer passar por nenhuma dificuldade, aliás, sim, não quero passar por nenhuma dificuldade, mas sei que vou passar. O que eu quero dizer enfim é que só sou o tipo de pessoa que tem necessidade de ter controle sobre o mínimo da minha vida. Se eu ganhar só X mensais. Ok. Eu fico feliz de poder me planejar (nem sempre bem) com isso. Se por acaso eu conseguir mais, ótimo, só que nunca conto com mais, aprendi assim, consigo viver assim. Não sou ousada, não sou corajosa, eu tenho uma linha de segurança.

Como qualquer outra pessoa do mundo, eu acho que o meu pensamento é que o certo e que essa é a forma correta para qualquer ser humano viver: ter um plano, ter uma margem prevista, não se surpreender. Esse é o meu pensamento pra tudo. O meu pensamento, porque as coisas não funcionam assim para todo mundo. Essa lógica não é a de todo mundo.

super boy

Tem gente que arrisca, que se joga, que simplesmente vai. A minha cabeça fica a mil com isso: a custas de quê? Eu não consigo me arriscar sem ter algo, sabe? Esse é o meu paradoxo. Nunca me lanço sem alguma certeza. Esse é o meu defeito?

Às vezes chego a admirar as pessoas que são corajosas o suficiente para darem o pé na bunda daquele emprego que está saturando sua paciência, saúde mental e energia; ao mesmo tempo que questiono a maturidade e responsabilidade daquela pessoa, embora eu não tenha autoridade nenhuma para questionar algo pessoal desta forma, mas, sinceramente, fico imaginando mil coisas: e as contas? E os planos?! E os planos!?!?! E agora? Logo chego à conclusão: "eu não conseguiria". Até para me lançar eu faria um plano. "Vou ficar tanto tempo assim, resolver X, falar com Y, se eu tiver pelo menos A, B e C, aí sim, vou".

Não acho que necessariamente fazer isso é certo ou errado. Eu nunca tive muito o privilégio de poder me desligar de algo como um emprego por exemplo, por questões de orgulho e sobrevivência, sempre precisei ter pelo menos alguma coisa pra contar como "suporte".

Não sei se sou medrosa demais, ou preocupada demais, ou ansiosa demais... Admiro um estilo de vida simples, livre das pressões... admiro as pessoas com ideais e sonhos e que perseguem esses sonhos... Mas não sei se sou ou consigo ser o tipo de pessoa que está lá para o que der e vier e que aguenta a pressão social o tempo todo falando "siga as regras!". Até porque muitas dessas regras eu que dito a mim mesma. Eu sigo as regras o máximo que posso. Trabalho, estudo. Normal. Nada demais. Aqui ou ali faço algo que quebra a monotonia, danço, me exercito (aê!), posso atuar, escrevo... Mas não larguei tudo para dançar, nem para atuar, nem para escrever. E não sei até que ponto isso é ser "pé no chão". 

Qual o limite entre ser pé no chão e ser medroso?
Qual o limite entre ser corajosa e ousada e ser irresponsável?
E porque afinal de contas eu vacilo tanto?
E porque eu não posso só ficar aqui, sem me preocupar, só ajudando...?
Como fazer isso?

Aqui um vídeo do projeto "ContinueCurioso", continuecurioso acompanha pessoas que entram em um novo ramo e começam um negócio do zero.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu li! Toda vez que volto a ler, penso comigo "como passei tanto tempo sem vir aqui?"
Gostei muito, acho que eu estava precisando ouvir isso. Se jogar dá medo, muito medo, e realmente precisamos de segurança, eu preciso.
Obrigada, Teffi!
Carol aqui, a Bergê ;)

Vanessa Carneiro disse...

Me identifiquei