"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Rascunhos de uma nova sozinha.

Rascunhos é uma seção que tenho aqui no blog onde passo vários dias, consecutivos ou não, escrevendo sobre uma situação nova para mim e portanto, me adaptar.

02/03/2013
É bem pior quando não se quer ficar longe, mas se sabe que é o melhor. No começo foi muito ruim, está sendo muito ruim. Eu decidi por terminar e quando paro pra pensar no porquê não consigo distinguir exatamente o que é, mas só sei que sinto que não é pra ser, que agora, pra mim não parece ser. Ele chorou muito, eu também, e eu virei as costas pra ir à minha aula, me surpreendendo, por ter conseguido me manter firma na minha decisão. Os argumentos dele eram muito fortes pra mim, sempre mexeram comigo, mas também me sobrecarregam, é um peso que eu não consigo mais, que não está me deixando viver o que eu sempre imaginei, com ele, mas que sabia que não ia dar... Não foi por falta de amor, foi por tudo, menos isso. Por isso que quando dizem que só o amor é suficiente, eu não acredito mais, porque somos seres humanos, não conseguimos nunca dar um amor completo, sempre falhamos... mas sempre devemos tentar, e por isso é que existem os complementos, é por isso que existe o companheirismo, as coisas em comum, a confiança, pra sustentar o amor que existe. Eu ainda estou com o anel em meu dedo. No meu facebook não tem mais o "status", mas eu vejo tudo... Eu ainda tenho as fotos, tenho alguns documentos seus, tenho dívidas com ele... O contato é inadiável. Uma hora teremos que nos falar. Ele perguntou se podia me ligar, depois se podia me ver, eu disse que sim, mas depois vi que não foi bom, eu fiquei até com raiva, é uma situação que eu, se pudesse, nem enfrentaria jamais. Sou dessas que se tudo pudesse ser resolvido por sms eu resolveria. Já tinha parado pra pensar no tanto que alguém ocupa tempo e espaço na nossa vida, mas nunca pensei que fosse tanto assim. Hoje, por exemplo, foi o dia mais livre que já tive de todos os tempos... Mesmo que não saísse com ele, eu ligava, prestava satisfações... e não mais. Eu estou sentindo falta. Muita falta. Ninguém da minha família sabe, e pouquíssimos amigos também, eles estão preocupados comigo, mas não quero muito a companhia deles... O aniversário tá bem aí... Será que ele vai? Não dispenso a ideia de que eu ainda volte um dia, porque não me conheço, mesmo que eu não queira, sei lá... Mas é isso... Eu não quero. O que me dá mais raiva ainda é que ele fica todo pra baixo, queria que ele fosse feliz! Eu realmente desejo isso! Eu preciso que ele fique bem pra que eu siga em frente! Isso está me matando. Falamos sobre no dia 27/02 por sms, no dia 28/02 pessoalmente. Hoje já é dia 02/03. Eu não estou muito bem. Está batendo a saudade.

03/03/2013
Descobri que ele anda ligando pra uma das minhas melhores amigas. Isso não me alegrou nem me entristeceu, isso me deu raiva! Ficar se lamentando pras minhas amigas! Eu sinceramente não gostei, não gosto dessa fraqueza... Pedi pra um amigo dele, que parece ser melhor que os que se dizem "amigos" mesmo, dar uma força, mas não sei como vai ser... Uma hora vai parar. Uma hora vai parar de doer. Também dói em mim. Daqui a pouco vai ser a reunião pra festa de 20 anos e eu fico pensando: sempre quis que ele estivesse comigo, fazia questão da presença dele e agora vou solteira? Todas as minhas primas namorando... E como será que até lá (01/05) as coisas estarão? Ele precisa entender que eu pra eu seguir em frente, ele precisa seguir em frente! Eu não quero sentir culpa! Eu não quero sentir pena! Eu não queeeero! Eu odeio essa situação, mas eu também não quero voltar atrás. Esse "gostar", isso que a gente chama e chamou de amor, será que é mesmo? Essa coisa que não vai pra frente, que é tão diferente, que não é mais sadia. Que tudo tolerava... Que de apenas uma parte recebia respeito. Não é bom nem pra um nem pra dois.

04/03/2013
Hoje pela manhã ele me mandou uma mensagem. Eu já acordei pensando nele também. Algumas pessoas podem perguntar: por que querer parar com um sentimento tão forte assim? Por quê? Por que eu sinto que não é mais pra ser. Por que está pesado demais pra mim. Estou com saudade dele. Muita. Não consegui sair ontem... Nem fui à igreja. Não sinto vontade de sair. O que eu digo pra ele: "vive!", também não consigo fazer. Mas hoje eu percebi que em tudo que fiz, em tudo o que faço, que na minha vida, afinal, eu estou sozinha, eu estive sozinha. =/ Ele disse que quer mudar o rumo da vida, pra mostrar que é bom pra mim. Esse é o caso: não é pra mim nem pra ninguém que ele tem que fazer, é por ele mesmo.

11/03/2013
Todos os dias eu acordo pensando nessa minha nova condição. Aparecem pessoas perguntando. Aparecem pessoas aconselhando. Ouvindo também. Não me sinto sozinha, mas me sinto solteira. E isso é diferente. Ele está insistindo bastante e odeio isso! Odeio que fiquem no meu pé. Odeio quando vêm me contar como ele está. Eu não fico por aí dizendo como estou para irem contar a ele. Odeio isso. Fico pensando: o quanto eu devo parecer um monstro pras outras pessoas, um monstro que foi capaz de deixar tudo pra trás, que de um dia pro outro deixou de amar. Não foi assim, não é assim. Não foi de um dia pro outro. Foi um processo longo, foram vários meses pensando. Eu não posso mais nutrir uma relação onde o meu sentimento cada vez mais ficava maternal. Porque eu tinha que estar ali o tempo todo para cuidar, pra observar, pra tentar aconselhar, e não recebia de volta na mesma dosagem. Ainda não contei nada pra minha família. Alguns amigos já sabem. Pessoas próximas.

24/03/2013
Ainda é uma grande surpresa para a maioria quando eu conto. Vejo a expressão nos rostos das pessoas: de susto (algo inimaginável!), de tristeza, preocupação comigo. E aquela pergunta clássica: "Como é que tu tá?". Eu digo que bem, porque na verdade, eu não estou me sentindo mal. Eu estou vivendo isso com todas as forças, estou pensando bastante sobre o assunto, mas não estou me sentindo à beira da morte. Não posso mentir que tem dias que eu sinto muita falta dele. Ontem por exemplo foi um desses. Mas enquanto estávamos namorando era assim também... A ausência momentânea. Como eu já disse, ainda tenho preocupação com ele. Algumas pessoas acham que ainda não acabou. Que a gente ainda volta e etc... E quando me perguntam, eu respondo, sinceramente: "Olha, não gosto de prever essas coisas. Se você quer uma resposta, então tá, HOJE não. Hoje eu não quero voltar." E assim como ontem, hoje eu não quero voltar. E quando quero sair, quero dançar, quero fazer isso ou aquilo as pessoas falam: "tá doidona, né?!". Não! Eu não quero beijar ninguém, não quero abraçar ninguém, não quero nada com ninguém. Assim também como ninguém quer nada comigo.

14/04/2013
Ultimamente tive tanta coisa pra fazer que pouco parei pra pensar mais detalhadamente sobre isso, sobre o que eu pensava, sobre o que eu ia fazer daqui pra frente... Mas simplesmente comecei a fazer. Infelizmente, não soube conduzir uma separação amigável. Eu tenho ciência de que não consegui ser agradável nem tão madura quando deveria ou quanto pareço. Eu não conseguia não tratá-lo mal, e sei que o machuquei muito e o zanguei também. Não estamos nos falando muito. Muito mesmo nada, quase nada. É assim mesmo... Eu tenho que aprender a partir de agora a não ter mais notícias e pronto. O mais chato de tudo é que eu vejo que as pessoas ficaram felizes com a minha separação, a maioria pelo menos, e eu não queria que fosse assim. Eu ainda o defendo e o defenderei sempre que puder, sempre que ouvir alguma injustiça a seu respeito. Chato também é que eu olho pros lados e não vejo mais ninguém, e quem vejo não me vê, não consigo mais imaginar como imaginava um futuro. Não sei nem se deveria. Não devo, sei. Todo mundo escolhendo esperar e eu escolhi terminar. Alguns falam: "nossa, deve ter sido um alívio.", outros: "nossa, tu deve tá sofrendo, muito, né?". Não sei, gente... Foi e não foi, estou e não estou. Eu não sei explicar. Só sei dizer que estou caminhando e que, de fato, até certo ponto estou muito bem. Estou bem, eu podia estar pior.

30/04/2013
Não existem mais motivos pra continuar escrevendo. Não tenho mais o anel, não tenho mais os álbuns no facebook nem o status. Também não tenho mais contato. E isso dói. E parece que é assim que ele quer, que assim me torna mais normal, mais humana, afinal, estou sentindo a dor que alguns dizem que devo sentir. Só sei que não posso ouvir {si}monami, porque faz sentido demais. Só sei também que é um momento de me redescobrir, eu não me conheço. Talvez ele me conheça mais que eu.



Não Mais.
{si}monami


Eu não sei exatamente quando as coisas começaram a mudar em mim
Ou partir de que momento minhas decisões se solidificaram,
Mas é só um doravante do fim, é a primeira vez em muito tempo
Que eu não me sinto confusa ou apreensiva.

Não posso dizer que estou calma, mas o meu sangue corre lento,
Vejo as coisas em tons mais claros e divididos
Dormi tanto durante o dia que agora estou tão lúcida
Que nem meu olhos ardem mais. Não mais, não mais.

Já faz algum tempo que eu pareço biscoito caseiro: saindo do forno quente e fresco,
Ficando de fora, esfriando por dentro, endurecendo a ideia,
Apodrecendo coisa séria.
Eu nunca fui certa e nem sei se pretendo ser.

A mão que escreve esta suja, você pode ver.
Eu assisto minha vida sentada no meio fio esperando o sol me aquecer, me aquecer...
Meus olhos dão voltas no próprio eixo e não são da cor que eu quero
Não mais, não mais.

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O meu pra sempre era tão certo
E agora eterno é leite azedo...
Ah... se eu fosse o tempo esperaria mais, mais, mais
Pra ver se acontece o que eu prevejo no fim
A-ah... se eu fosse espaço eu soltaria mais a mim
Pra ver se aqui dentro eu desaborreço
Pra ver se aqui dentro eu desapareço.
({si}monami - leite azedo)

Um comentário:

ABUTRE´S FACÇÃO SÃO LUIS-MA disse...
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