"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Venenosa

Quando eu falo que não presto não falo da boca pra fora. Falo porque é a verdade. Por que é assim que eu me sinto. Quando eu falo que não presto não é pra fazer alguém sentir pena de mim, não é pra fazer alguém se sentir culpado, é porque é assim mesmo que eu me sinto. É assim mesmo que eu sou.

Quando eu enumero meus defeitos não me importa a vida boa que aparentemente eu levo, perde a importância tudo aquilo que graças a Deus eu tenho. Perde não porque eu sou ingrata, mas porque com a quantidade e a magnitude de mal que eu causo a mim mesma e aos outros todas as outras coisas perdem o sentido e o brilho que tem.

Quando eu me sinto veneno, quando eu quero tomar o veneno, não é porque é assim que eu quero me sentir, é porque é assim que eu me sinto. Nenhum sentimento em mim é invenção, nenhum sentimento em mim é imaginário, é de brincadeira. É de verdade. Sou eu mesma.

Essa raiva inexplicável, essa incapacidade de perdoar, essa minha incapacidade de me calar, de me conter, de não me envolver. Essa minha incapacidade de perceber os problemas além de mim. Esses meus olhos fechados para pessoas e situações que são tão claras como a água. Eu sou incapaz de resolver um problema. Eu sou incapaz de tomar uma decisão coerente. Eu sou incapaz de só fazer bem a alguém. Eu sou incapaz de me reconciliar. Eu sou incapaz de não me sentir assim. Veneno.

Quando eu digo que não presto não é um simples complexo meu, é porque eu realmente só consigo enxergar minhas falhas. Eu não consigo me comportar da maneira que eu quero. Eu não consigo avaliar a situação e tomar atitudes independente do que podem pensar a meu respeito. Eu não consigo.

É a última pessoa a quem eu faria qualquer mal. Dou tanto valor às suas palavras, que qualquer uma delas que me contrarie, que seja dura, independente de ser falsa ou não, vai me doer, não porque eu apenas não quero ouvir (assim como ninguém) o que não é agradável ao nosso ego, mas porque dou tanta importância ao que você acha de mim e acredito tanto no que você acha de mim que eu vou levar pro resto da vida tudo isso.

Se as pessoas falam que eu exagerei, eu acredito. Eu acredito mesmo. Se me chamarem de chata, eu acredito mesmo. E se eu chorar na sua frente, não é minha intenção, eu juro, me fazer de vítima. Não é e nunca foi. É porque eu só não aguento não chorar.

Eu oro tanto pra Deus me transformar, e às vezes me pergunto se isso faz sentido, se faz sentido eu pedir por uma coisa assim, se Ele está me ouvindo. Eu sei que Ele me ouve, mas então por que não acontece? Por que eu não mudo? Por que eu não paro de me sentir assim?


Um comentário:

Taty disse...

Bem como diria Paulo o bem que quero fazer não faço mas o mau que não quero esse sim eu faço, é a natureza humana vamos conviver com ela até a volta de Cristo

bjos