"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Outros pontos de vista

Tenho passado por um momento de descoberta e mudança de atitude. Estou aprendendo a ouvir mais (uma coisa que tenho muita dificuldade e que certamente é um problema muito sério em todos os aspectos), a não julgar tanto e melhor: a começar a lembrar que existem vários pontos de vista.

Várias vezes já ouvi as pessoas falarem que eu era muito intolerante, intransigente e etc... Porque "ah, tu quer as coisas só se for do teu jeito". É verdade, mas ninguém quer ouvir isso na lata, não é mesmo? Eu já ouvi. Inúmeras vezes, em momentos de raiva, em momentos de conversas... Já ouvi isso saindo de uma maneira agressiva assim como já ouvi saindo de uma maneira bem sutil. O fato é que isso me machuca muito.


Você sabe que tem um defeito, sabe que precisa mudar, mas não consegue. É o pior sentimento de mim mesma que já senti. Já tive momentos de sentir pena da minha própria pessoa. E aí vem toda aquela questão de se descobrir, de se aceitar, vem algumas pessoas e dizem: "que nada, você é assim, você não pode ficar mudando por causa do que os outros dizem...". Utopia. Utopia na minha vida é achar que eu posso viver porraloucamente e ser o que quiser sem me importar com o que os outros falam. Meu bem, isso não existe pra mim. Não sei nem sequer se isso existe pra alguém de fato, duvido muito. Acho que mesmo que se faça o que se queira, que se viva da maneira que se queira, as pessoas sempre pensam no que os outros vão pensar, nem que seja pra no final concluir com um tô nem aí. Mas eu não sou assim.

Eu não uso um tô nem aí. Eu penso em cada pessoa. Eu penso no mal que causo à minha família, amigos e namorado com os meus defeitos. Penso também no exemplo que quero ser às minhas crianças, penso também na profissional que eu vou ser. Penso em todos. Penso em como as pessoas vão me ver depois que eu fizer minha tatuagem, penso em tudo... Não quero me privar de nada, mas se for necessário, acho que aceito as imposições.

E é por tanto pensar nos outros que venho descobrindo que existem outros pontos de vista nesse mundo. Sobre todos os assuntos possíveis. Confesso que às vezes me sinto completamente sem identidade, não me sinto católica, não me sinto protestante, não sei se eu sou a favor ou contra a Hidrelétrica de Belo Monte, não sei se sou a favor ou contra as cotas, não sei de nada. Admitir e analisar os pontos de vista dá nisso. Se você é como eu, dá nisso. Não sei de nada. Mas sei que eu estou no caminho certo, ouvindo o que os outros tem a dizer antes sempre que consigo e me lembro de fazer isso, prestando mais atenção nos prós e contras, procurando o sentido das coisas e perdendo elas no meio do caminho.

E mesmo sabendo que isso é bom, e que eu sou uma metamorfose ambulante, eu peço, imploro: ME DIGAM O QUE FAZER! ME DIGAM O QUE SER! Porque nesse mundo de gente tão conformada, gente tão certa de tudo, um indeciso e incerto como eu é muito, muito triste.

Um comentário:

Juliana . Oliveira disse...

Gostei demais do texto, e me identifiquei com algumas coisas. Apesar de meus defeitos serem outros, eu os tenho e é preciso trabalhar para que possa melhorá-los.
A nossa vida é feita do relacionamento com as outras pessoas, portanto não há nada que possamos fazer sem que surta efeito naqueles que estão ao nosso redor.
Que é cheio de muitas certezas quase nunca está de fato certo.
Olá!
Já passei pelo seu blog, segui e deixei o meu comentário! :)
Qualquer coisa que precise, conte comigo ok?
Um beijo ;*

Juliana . Oliveira
http://trocandoconceitos.blogspot.com.br/