"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O que me move?


É assim que me sinto. Um poço de irresponsabilidade. Eu não consigo fazer tudo o que me proponho a fazer, isso é um fato. Minha postura diante desta situação é diferente de algumas pessoas que sabem disso, mas ainda assim tentam abraçar o mundo com as mãos. Eu sei disso e sempre me proponho a fazer menos coisas. Isto é bom por um lado, porque não gero expectativas em ninguém e não saio por aí atropelando minha vida que faço questão de tentar levar leve e simplesmente (tentar...), mas sei que se eu tivesse um pouquinho mais de responsabilidade, vontade, entusiamos, coragem?, eu sei que poderia fazer muito mais. Todos dizem que sou comunicativa e que tenho espírito de liderança, apostam em mim e em algum momento eu decepciono. Mas por que não consigo ser mais responsável?


Um exemplo, no desespero de me ver chegando ao fim da graduação sem ter aproveitado mais, me propus participar da empresa júnior do curso. Processo seletivo. Passei. Diretoria de Projetos, bacana. E eu? Pouca ou nenhuma produtividade. Já sei que as pessoas não colocam mais fé em mim lá, sabe? Sei que já me olham meio torto porque percebo os olhares meio tortos. Acontece que eu entrei confiando que eu certamente gostaria muito de estar ali, é um movimento estudantil, altamente contextualizado com a atualidade, um diferencial no currículo... Mas é uma empresa ainda assim e antes de tudo isso. Parece que eu não tenho mesmo afinidade com a vivência de empresas. Estou ferrada, porque é o primeiro lugar pra se trabalhar depois de recém-formado. Vejo as pessoas engajadas, sorrindo, se doando e eu... simplesmente não consigo! Nem pelo senso se responsabilidade! Nem pela obrigação! Por falar nisso, por obrigação mesmo que não faço nado, aí mesmo que empaco. Isso me irrita. Sabe por quê? Porque eu dei minha palavra, eu me propus a isso! É minha imagem como futura profissional também, enfim... Uma situação extremamente desconfortável para mim.Não me motiva, não me movimenta. A motivação é externa? É interna? É culpa minha? É culpa das contingências, do contexto, do meu momento? 

Já pensei e repensei diversas vezes em como fazer para resolver isso. Sinceramente não sei. Só sei que quando algo não me motiva meeeesmo, fica difícil. Em relação à ABU, por exemplo, eu sou a pessoa mais disponível, responsável, dedicada que consigo ser. Eu realmente me coloquei pra servir, eu realmente tenho prazer em fazer as coisas. Em relação a ensinar minha priminha aqui em casa, também. Pesquisei atividades, planejei as aulas, passo parte da minha noite fazendo isso com prazer, mas não consegui ser assim no grupo de estudo que entrei, de psicanálise, um caso de amor frustrado. Enfim... não sei se é o curso que me desmotivou, ou se o problema sou eu. Quando eu estava no 1º período, esperava sempre pelas maravilhas do 2º, quando chegou o 2º, esperei que no 3º as maravilhas aparecessem... chegou o 8º período e de maravilha tá difícil. Não falo nem de estrutura ou currículo, mas de outras temáticas que, infelizmente, meu curso, na minha IES, não trabalham com mais propriedade. Um problema para pessoas do tipo estilingue, como eu, que precisam de um impulso para voar. As pessoas dizem com tanta propriedade que cada vez que passa o tempo, mais elas amam o curso e etc. Eu fico pensando é que cada vez que passa o tempo eu pouco aproveitei e também não encontrei o meu lugar. Gosto da ideia de ser psi, gosto disso, quero isso. Escolhi a psicologia, mas não sei se ela me escolheu.  


Por esses dias estava pensando... Amo escrever, gosto de dar aula de português, adoro estudar espanhol, livros tenho a lote... Por que não fui fazer Letras? Era uma das minhas opções também. Eu sonhava em dar aula de literatura, lembro disso. Ainda é um sonho. Livros infantis? Tenho vontade de fazer. Por que não continuei nesse caminho? Amava dançar, fiz ballet, dança contemporânea, 6 anos de dança popular. Me diz por que não continuei com tudo isso? Por que não fui adiante?

A psicologia é linda, mas parece que está sendo tão obscura pra mim (é só pra mim, será?)... Fico triste quando me sinto assim. Dá vontade de, sei lá, mudar tudo de repente! Procurar o que me move de verdade.

Eu queria conseguir, como todos parecem conseguir, me engajar mais, ser mais responsável com meu curso, com tantas outras coisas... Mas... só consigo fazer tentativas. Atualmente frustradas. Altamente frustradas. frustrada...



2 comentários:

Anônimo disse...

Também sinto isto minha cara blogueira...essa sensação de me dedicar mais a outras coisas e menos a outras, o medo de ter desperdiçado 4 ou 5 anos de minha juventude com algo que vou deixar para trás, mas procuro seguir, mas se precisar, terei a humildade suficiente para me reinventar e recomeçar algo. E assim sigamos, na nossa eterna fase de transição entre oque somos e algo que não sabemos oque será. Você não está sozinha. Boa sorte

Aurélio Braga disse...

Eu consegui aprender a gostar do curso enquanto cursava o mesmo, ainda não é paixão, ainda não fico realmente maravilhado em gerenciar uma obra e movimentar um monte de gente. Nunca esperei pelas maravilhas do próximo período mas espero por algo bom quando eu me formar, que talvez não seja exatamente a minha rotina de trabalho, mas sim o que poderei fazer nas minhas folgas.
A gente vive mesmo é de promessa, todo mundo. A gente entra no curso que escolheu se agarrando na promessa de que no final teremos uma vida melhor e/ou dedicada a algo que gostamos, entramos num relacionamento com a mesma ideia, a gente se alimenta de futuro e dessas promessinhas.
Não sei se essas promessas vão ter palavra pra cumprir o trato, mas tem aquelas promessas que a gente sabe que temos garantia. As promessas de Deus, né?

Eu vejo uns pais prometendo pros filhos um picolé, um sorvete, um passeio se o filho fechar a boca na hora de uma reunião importante, mas na verdade essa promessa é só pra remediar aquela situação ali, não vai se cumprir. Mas Deus nunca teve medo de prometer algo pra gente, né? E olha que ele já se comprometeu e muito! E sem medo, a cada promessa ele não colocava a mão na cabeça e pensava "mas será que eu vou cumprir mesmo isso? eu tenho que parar de ficar prometendo coisas pra essa gente senão vou queimar meu filme".

Pois é, a gente se agarra em muita promessa. Umas são garantidas, outras não. Ainda penso se não seria melhor eu ter escolhido arquitetura, letras ou música. Tô nesse drama de irresponsabilidade também e isso é terrível, ainda mais porque eu ainda tenho que lutar contra o "querer abraçar o mundo", algo que tô deixando de fazer.
Nem sei como te ajudar e me ajudar, só sei que se não temos garantias com nossos cursos, temos garantias maravilhosas na bíblia e a gente pode viver de algumas delas.