Por obrigação estou escrevendo. Dizem as boas e as más
línguas que é uma das coisas que bem sei fazer. Não acredito, mas concordo que
para mim, bem ou mal, faz bem: organiza, seleciona, prioriza meus pensamentos.
Como é escrever por obrigação quando dizem que você escreve bem e você não acha
isso?
Ok. Vamos delimitar algumas coisas: quantas linhas deve ter
um parágrafo? E quantos parágrafos o texto todo? E sobre o que escrever? E como
fazer um clímax grandioso? Como saber que “isso” ou “aquilo” deve ser o
clímax? E até onde devemos ou não
explicar uma coisa...? Tem que explicar mesmo?
Veja bem, até aqui, dois parágrafos, de em média 4 linhas
cada. Não significa absolutamente nada. Este é o clímax do texto agora:
Escrever não tem padrão. E se tem, serve para “despadronizar” de tal maneira que se torne tão leve e tão simples, ou tão rebuscado e complexo, que cada som, cada sílaba penetre tão fundo no pensamento e coração a ponto de deixar marcar, tornar-se uma memória.
As melhores coisas que li na minha vida, nem sempre
tinham um padrão. Vejam bem, “Cem Anos
de Solidão” é um dos livros aparentemente mais “despadronizado” que existe e eu
amei. “Terra Vermelha”, do Domingos Pellegrini mal pontuação sequer tem. Mas a
escrita toca... O caminhar mexe.
E você, em algum momento, dentro do que lê se
vê completamente imbuído de uma verdade passageira que foi aquilo que você
acabou de ler. Pra mim, só faz sentido se tiver sentido, se eu estiver
sentindo... Fica difícil não fazer assim. Não ler ou escrever assim. Pra mim,
nem amor, nem estudo, nem família, nem música ou leitura, por obrigação não dá.
Eu não me forço, amor... Já disse o Phill Veras outro dia
aí.
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