Aos que nunca vi, mas senti.

A ascensão da internet permitiu que descobríssemos um mundo muito além deste que podemos tocar. Quando comecei  a ter acesso tinha em torno de 11 anos, tenho 20, portanto, não faz muito tempo assim. Desde esta época descobri algo que hoje considero perigosíssimo, aliás, todos, mas que, de tempos em tempos, continuo fazendo... Descubro pessoas, ou elas me descobrem, ou a gente se encontra.

O mais interessante é que tais pessoas, que nunca vi, sinto como se me conhecessem há muito tempo, pouco sei sobre o cotidiano delas, mas quando paramos pra conversar, é como se fosse um outro eu do outro lado da tela! É preciso lembrar que cada um que fui encontrando chegou num momento tão especial e tão importante no meu desenvolvimento psicológico que nem sei como descrever  o quanto sou grata por cada palavra que troquei com tais pessoas, ou melhor, às vezes o quanto poucas palavras troquei, mas que me abraçaram mesmo assim.

Essa coisa de amizade virtual, será que existe? Não sei. Mas sei o quanto cada pessoa que conheci nestes tempos de internauta que nunca vi pessoalmente mas que passaram madrugadas, tardes inteiras trocando músicas, textos, filmes, emails, isso me fez crescer e pensar como Deus é bom! Do outro lado do mundo, no outro canto do país, encontrei alguém tão parecido comigo a ponto de me entender, me aconselhar e vice-versa! Em momentos propícios! Isso só me faz pensar que, sei lá, foram anjos, chegaram por acaso, uma conversa levou a outra, um desabafo, vontade de se ver e depois... mais nada ou muito mais. Um dia aqui outro ali ainda uma recordação e um bate-papo, felicidade em ver que o outro está caminhando (viva as redes sociais que me permitem!).

Já recebi telefonemas, mensagens, alôs em rádios (em outra língua) de pessoas que nunca abracei, que nunca vi, mas que sinto como se estivessem bem perto!

Este texto é meu agradecimento a vocês, JH (o eterno estranho, que me ajudou demais a me reeguer), Igor, Day e Edna.