"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

2015: o pior anos de nossas vidas

Douglas Girard –  La alegría de vivir.


Mentira. Não foi o pior ano da minha vida. Acho que nem da sua. Venhamos e convenhamos que as coisas sempre podem ficar pior, e há ainda o clichê bonito de se dizer que toda coisa ruim tem seu lado bom. A minha retrospectiva sobre 2015 não reflete os acontecimentos mundiais (que inclui os nacionais - crise, desastres ambientais, escândalos, desemprego...), mas ainda assim acredito que os ensinamentos que me deu são válidos, pelo menos para mim.

Em 2015 eu passei por muitas mudanças, inclua aí o meu ganho de peso. Inclua também o perfeito amor destruído por mim. Inclua também a fuga/solução para a minha falta de privacidade e minha vontade gigante de voar mais alto e sem explicações - nem para mim mesma.

Inclua também a solidão, o medo e a insegurança. Mas inclua também a coragem, que nem eu sabia que tinha. Inclua também a falta de vergonha, que eu já tinha ideia que tinha, mas que não ainda havia testado.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Quantos monstros eu tenho?

Emotional Innocence - Tim Parker

Quantos monstros moram dentro de mim?
Quantos monstros eu sou?
Quantos segredos eu guardo?
Quantos venenos eu tenho?
Quais os perfumes que eu não exalo?

Quantos medos eu perdi?
Quantos dedos já não tenho?
Quais os sonhos que ainda guardo?
Quais os tempos que eu não vivo?
Quais remédios eu não tomo?

Quantas máscaras eu uso?
Quantos limites ultrapassei?
Quantas fronteiras eu atravessei?
Quantos muros eu derrubei?
Quantos beijos desperdicei?

Quantas músicas não ouvirei mais?
Quantos músicos não verei mais?
Quantos shows eu darei?
Quantas vergonhas ainda passarei?
Quantos personagens eu vou encenar?

Quantas peças
Quantos dramas
Quantos ensaios...
Eu ainda vou atuar?
Eu ainda vou ser?

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Quais as chances eu ainda conseguir ser aquilo que eu pretendo? Eu dou um pause, tento sumir por algumas horas, alguns dias, pra recolocar as coisas no seu devido lugar e perceber: eu sou um emaranhando de problemas, de confusões, de tanta coisa de mim mesma que eu não conheço, que eu mesma me assusto, eu mesma me envergonho de tanta coisa que está aqui transbordando em mim, sem eu querer que estivesse. Estou cansando de mim.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Textos alterados

Escritor - pintura de Iria Blanco Barca

Não gosto de histórias mal contadas. Não gosto de histórias pela metade. Não gosto de histórias mal feitas. Não gosto de ler, de ouvir, de contar histórias ruins (não necessariamente tristes). Não gosto de histórias partidas, histórias indefinidas, de histórias com começos desgostosos e não gosto de finais. Na verdade, não gosto de poesias ao final e de novelas no começo.

I could love you more than life if I wasn't so afraid of what it all could be...

Não gosto de consertar um texto, digo e repito: o que eu escrevi, escrito está, não volto atrás. Ajeito uma vírgula ou um ponto, se realmente tiver que ajeitar, mas o texto depois de escrito já não é mais eu, já não é mais só meu. Não é justo querer voltar e reescrever. Quem reler, se reler, não lerá a mesma coisa, já estará alterado.