"Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos." (Salmo 119:10)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Não desista :)

"Hanani, um dos meus irmãos, veio de Judá com alguns outros homens, e eu lhes perguntei acerca dos judeus que restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém. E eles me responderam: Aqueles que sobreviveram ao cativeiro e estão lá na província passam por grande sofrimento e humilhação. O muro de Jerusalém foi derrubado, e suas portas foram destruídas pelo fogo. Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando-me, jejuando e orando ao Deus dos céus." Neemias 1:2-4

Neemias tinha em seu coração a vontade de fazer algo por sua cidade, por seu povo... E pedindo a orientação de Deus descobriu o que deveria ser feito. Em seu coração o desejo de reconstruir a cidade de seu povo queimava... E Ele só podia confiar em Deus para que tal feito fosse cumprido.

"No mês de nisã do vigésimo ano do rei Artaxerxes, na hora de servir-lhe o vinho, levei-o ao rei. Nunca antes eu tinha estado triste na presença dele, por isso o rei me perguntou: Por que o seu rosto parece tão triste, se você não está doente? Essa tristeza só pode ser do coração! Com muito medo eu disse ao rei: Que o rei viva para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, se a cidade em que estão sepultados os meus pais está em ruínas, e as suas portas foram destruídas pelo fogo? O rei me disse: O que você gostaria de pedir? Então orei ao Deus dos céus, e respondi ao rei: Se for do agrado do rei e se o seu servo puder contar com a sua benevolência, que ele me deixe ir à cidade onde meus pais estão enterrados, em Judá, para que eu possa reconstruí-la." Neemias 2:1-5 "(...)Visto que a bondosa mão de Deus estava sobre mim, o rei atendeu os meus pedidos" Neemias 2:8

A vontade de Neemias, vontade de Deus também, foi feita. Mas as dificuldades apareceram:

"Os oficiais não sabiam aonde eu tinha ido ou o que eu estava fazendo, pois até então eu não tinha dito nada aos judeus, aos sacerdotes, aos nobres, aos oficiais e aos outros que iriam realizar a obra. Então eu lhes disse: Vejam a situação terrível em que estamos: Jerusalém está em ruínas, e suas portas foram destruídas pelo fogo. Venham, vamos reconstruir os muros de Jerusalém, para que não fiquemos mais nesta situação humilhante.Também lhes contei como Deus tinha sido bondoso comigo e o que o rei me tinha dito. Eles responderam: Sim, vamos começar a reconstrução. E se encheram de coragem para a realização desse bom projeto. Quando, porém, Sambalate, o horonita, Tobias, o oficial amonita, e Gesém, o árabe, souberam disso, zombaram de nós, desprezaram-nos e perguntaram: O que vocês estão fazendo? Estão se rebelando contra o rei? Eu lhes respondi: O Deus dos céus fará que sejamos bem-sucedidos. Nós, os seus servos, começaremos a reconstrução, mas, no que lhes diz respeito, vocês não têm parte nem direito legal sobre Jerusalém, e em sua história não há nada de memorável que favoreça vocês!" Neemias 2:16-20

Existiam pessoas que estavam dispostas a atrapalhar os planos... Mas Deus estava com Neemias... E Neemias passou por várias delas até que a obra fosse concluída.

"(...) essa obra havia sido executada com a ajuda de nosso Deus." Neemias 6:16

Assim é que ocorre com a nossa vida. Muitas vezes Deus coloca planos em nossas vidas, metas... E ele prepara tudo para nós durante todo o caminho pelo qual andaremos, mas as dificuldades sempre aparecem, às vezes por tentações, às vezes por formação de caráter, e às vezes por conta de nossos próprios erros... O que é discutível realmente é a opção de desistência que essas dificuldades nos impõem... Atenção: OPÇÃO. Porque você também pode optar por seguir em frente, na permanência do amor de Deus e sair vitorioso.
Sempre.

sábado, 18 de maio de 2013

A vida dando na cara!

"Muito do que eu faço não penso, me lanço sem compromisso. Vou no meu compasso, danço, não canso, a ninguém cobiço."

É verdade. Eu não penso muito antes de acabar fazendo as coisas, antes de falar, quando vi, já fiz, já disse, já pensei... A única decisão que tomei tanto tempo pra tomar foi essa que tomei e suas consequências vão reverberar por toda a minha vida, seja lá que rumo ela tomar. Por enquanto vou indo no meu compasso, vou dançando e cobiçando algumas vezes sim. Algumas vezes sim.

"Tudo o que eu te peço é por tudo que FIZ e SEI que mereço. Posso, e te confesso: você NÃO SABE da missa um terço."

LargeEu sei que não devemos fazer nada esperando retribuição, isso diz respeito tanto ao fato de eu ser cristã, e portanto fazer porque TENHO que fazer o bem, nunca esperar que me retribuam e também diz respeito a uma coisa que cedo também aprendi: quanto menos eu esperar do outro menos eu decepciono, menos expectativas eu crio. Mas isso não é tão simples assim. Nossas relações são moldadas nessa cultura da troca, do escambo, da barganha... Como assim eu fiz tudo isso pra você e você nem ao menos reconheceu?! Inadmissível! É. Tem dias que eu acho inadmissível mesmo e quando eu lembro, e quando eu venho tentando fazer esse percurso novamente, aí eu percebo que realmente, realmente foi tudo inadmissível. Então tá, vou deixar por uns instantes meu bom senso e confirmar que eu sei, sempre soube, que eu não mereci muita coisa e agora eu mereço isso tudo que eu quero pra mim a partir de então! Por tudo que eu fiz eu sei que eu mereço. E, definitivamente, você não sabe mesmo, talvez nunca soube, de nem um pedacinho do redemoinho que tem aqui dentro de mim!

"Tanto choro e pranto, a vida dando na cara. Não ofereço a face nem sorriso amarelo, dentro do meu peito uma vontade bigorna, um desejo martelo."

Não é o primeiro tapa que eu levo. Com certeza não é o último. Amanhã talvez eu leve outro. Eu não culpo ninguém por isso, sei que tem gente que já passou pior... Mas eu não estou de brincadeira, querido, eu não passei um probleminha aqui e agora tô livre e leve e solta não, eu não tô pra oferecer é nada! Nem face nem sorriso nem confiança nem intimidade. E quando eu falo intimidade não estou dizendo que não tenho coragem de contar como me sinto, de ser transparente. Quem me conhece bem sabe que eu não tenho muitas medidas "prusôtro" da rua, mas nada que você me fale vai me tocar, pouco que você me fala vai fazer diferença, não tô pra dar essa intimidade de deixar alguém entrar, deixar a porta escancarada, não sequer limpar os pés e ainda mudar os móveis, usar as roupas de cama e se achar dono de mim. Não, senhor! Entre, fique na sala de estar e não se levante do sofá, você é só visita e portanto vai conversar o que eu quiser conversar! Vai entender apenas o que eu te disser, não vai mudar nada aqui.

"Tanto desencanto... A vida não te perdoa. Tendo tudo contra e nada me transtorna. Dentro do meu peito um desejo martelo, uma vontade bigorna. VOU CERTO DE ESTAR NO CAMINHO. Desperto."

E depois de tudo isso, isso mesmo: desencanto. Eu não vejo mais a beleza onde eu via, eu não vejo mais graça no que eu queria, eu não vejo mais com amor tudo o que eu sonhei pra mim, eu não me empolgo muito tempo por quase nada, eu não tenho vontade de planejar de novo, meu encanto é superficial. Um requisito não preenchido e tchau. A vida não me perdoou, por tanto amar, amei, sofri, chorei, amo, não amo mais, sabe-se lá quando amarei. Só desejo, só vontade. Mesmo diante disso tudo, eu sei, eu sei, eu sei que fiz a coisa certa. "Não é preciso sofrer pra saber o que é melhor pra você", já dizia Criolo. Eu estou certa de  que completamente errada estou no caminho certo. Eu despertei. Todo dia eu desperto.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Minha Musicoterapia - 5 a Seco

Passando pelo meu 12656352º momento de crise e conflito, para vocês, 5 a Seco!


"Quero uma Odisseia, meu conto que seja um canto pros leais, o advento do alento. Eu quero o tempo que reateia, aquele primeiro amor dos casais. Quero ver virar fumaça a trapaça e a traição, se a dor se torna raiva nunca passa a aflição, estou farto de vinganças, coração!"
(Abrindo a porta)



"Então verá que você cresceu e apareceu em seu lugar, e hoje está louca pra sair sem saber que horas vai voltar. Eu quero mais é te ver na pista da vida dançando sem parar! Eu quero mais é sumir com as pistas de onde ele foi parar!" (Deixe estar)



"Se naufragou, faça desse drama sua hora, faça disso a hora de recomeçar. Para conviver com a dor, para a dor também saber passar... Se já passou, dê sorriso à cara e vá embora! Queira cara ou não queira, junte agora a cara, jogue noves fora." 
(Faça desse drama)



"Pra quê buscar recaída, reviver o drama, mexer na ferida? Por onde se engana o coração se encontra a saída pra vida. Tempo de ver que é maldade martelar as horas no chão da saudade. Embora agora há contradição, o tempo que pôs essa dor nessa conta é quem desconta, passa e te aponta o ponto de sorrir mais, soltar gargalhadas. Deixa pra trás o que te entristece e tece teus ais."
(Gargalhadas)



"Fique firme, tenha fé. Mesmo que em nada dê, tudo ainda está de pé, tudo está para nascer. Fique forte, firme o pé. Tudo dá n'algum lugar. Mesmo se o olho não vê, tudo ainda vai brotar."
(Impasse)





domingo, 12 de maio de 2013

Tá na coleira, tá?

Eu venho pensado bastante nesse assunto ultimamente, não tem um porquê exatamente, mas é uma situação que eu vejo constantemente, que talvez eu tenha vivido, e que, enfim, eu acho ridícula mesmo.

Num relacionamento é extremamente importante e necessário que um leve em consideração o que o outro tem a dizer, se é casamento então, mais importante ainda. Num relacionamento sério, com propósito e etc., a opinião do outro é sempre válida e tem que ser ouvida, o que não significa necessariamente que deve ser "seguida", obedecida. O que quero dizer afinal? O que quero dizer, da maneira mais simples que tem pra  se dizer: é ridícula a maneira como alguns homens se comportam, tendo que pedir permissão pras namoradas, saindo escondidos e com horários pra chegar! Ridículo, ridículo, ridículo. Não consigo enxergar situação mais vergonhosa que um homem pedindo permissão pra namorada pra sair, assim como acho ridículo uma mulher pedir também, mas, como machista que reconheço que sou, não tenho medo de falar que: se é feio pra mulher, que dirá pra homem. Não estou dizendo aqui que homem que é homem faz o que quiser e não tá "nem aí" pra sua companheira, não é isso, como eu disse no início, as opiniões devem ser levadas em consideração, desde que não ultrapasse a linha da dignidade e do respeito mútuo. É claro que, se eu tenho namorado, vou me privar de fazer algumas coisas, mesmo que não tenha problemas nenhum, para evitar certos comentários ou até mal entendidos, assim como, se o cara tem namorada, é claro que algumas coisas devem ser dosadas, é uma questão de bom senso e equilíbrio, mas nada de submissão!

Algumas mulheres adoram fazer seus namorados e maridinhos de capachos, adoram colocar os bichinhos nas coleiras e têm orgulho de dizer: "esse aí eu boto na linha!". Quando ouço uma mulher falando isso o pensamento que vem à minha cabeça é: "tu bota na linha porque ele não é homem de verdade." Porque, sinceramente, homem que é homem não se submete a essas coisas! No meu último e mais duradouro relacionamento (5 anos) eu via as pessoas falando: "Não sei como tu deixa ele fazer essas coisas!". Eu não deixava, ele não pedia minha permissão. Não vou dizer que não ficava com raiva às vezes, porque algumas coisas eu não gostava mesmo, e outras eu achava um p. sacanagem, mas eu me orgulhava de ver e dizer que ele era independente de mim e que ele tinha a vida dele. Por outros fatores não continuamos o relacionamento, mas disso eu tenho e tinha orgulho: ele não era um capacho e eu nunca quis que assim fosse. O mais engraçado é ver alguns cheios de marra, mas todos encoleirados... Engraçado e triste.

Uma mulher que convive com um homem assim pode até ter mais problemas, se zangar mais vezes e etc., mas eu prefiro.  Que fique claro que só isso também não é suficiente, não adianta ele ser homem pra mulher e não ser homem pra ser pai; não adianta ele ser homem pra mulher e não ser homem pra não pensar no futuro; não adianta ele ser homem pra uma mulher se quer ficar com várias ao mesmo tempo... Alguém pode dizer que eu sou uma idiota escrevendo essas besteiras, rsrs, pode ser, mas é que eu acho incrível quando vejo uma mulher se orgulhando, falando de boca cheia, que domina seu marido, como se isso fosse motivo pra se orgulhar! Em um relacionamento é preciso ceder e aceitar, simultaneamente e mutuamente. Você começa a namorar com um cara e aí quer transformá-lo inteiro? Quer proibir o garoto de fazer tudo o que ele gosta? E se ele fizesse isso com você? Ia ser legal? Se as pessoas são maduras elas vão percebendo que, pelo bem da relação, é possível ceder a abdicar de certas coisas para permanecerem juntas, coisas que  se deixadas de lado não vão fazer ninguém morrer, mas é preciso que cada um aceite também a individualidade do outro, agora dois se tornam um, mas não há problema em manter aquilo que ele ou ela sempre teve, que faz parte da sua constituição como pessoa única, cedendo por aqui, aceitando ali, vocês crescem juntos, aprendem juntos. Nada de submissão, nada de ciúme exacerbado e insegurança demais. Nada de colocar coleiras no outro. Nada de querer transformar seu homenzinho em um cachorrinho de raça, adestrado. Namoro e casamento não é uma brincadeira de puxar a corda pro seu lado e o lado mais forte ganha, está mais para uma balança, onde os dois precisam estar em harmonia para que não haja invasão nem opressão. E outra, pode ter certeza, se o garoto é um desses de coleira, ele deve ser motivo de piada para os amigos mais felizes, eu falo mal dele e os nossos amigos também.

Se você é um desses que é dominado, sua adorável companheira deve contar vantagens, pode apostar, é mais ou menos assim:



Provavelmente algumas coisas que você deve fazer pode soar como "fofo", mas não se sinta feliz por causa disso... Essa história de que toda mulher gosta é de fazer o homem se arrastar... tá, pode até ser legal às vezes, todo mundo gosta de receber atenção, mas ninguém gosta de "fraqueza", eu, pelo menos, acho ridículo homem que demonstra essa fraqueza toda. Fica a dica e minha inútil e desnecessária opinião sobre o assunto. o/

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ser é o Bastante - felicidade à luz do Sermão do Monte

Livro escrito por Carlos Queiroz: casado, dois filhos, é pastor da Igreja de Cristo no Brasil e se identifica como  "um discípulo de Jesus Cristo cuja missão é expressar o amor a Deus e a todas as pessoas, vivendo e proclamando e evangelho de Jesus Cristo". Acredita que os valores e princípios necessários à vida estão no sermão do monte e vive cativado pela crença de que é possível desfrutas plenamente de todos eles. Foi diretor da Visão Mundial Internacional em Angola, diretor executivo da Visão Mundial Brasil e presidente do 2º Congresso Brasileiro de Evangelização (CBE2). É diretor executivo da ONG Diaconia.

Esta descrição é a que há no livro, também faço questão de fazer a minha descrição: uma pessoa simples.

Não é de meu interesse falar sobre o autor e sim sobre o livro, mas como o conheci, é quase impossível não fazer automaticamente a ligação entre a pessoa que ele é o que ele escreveu e entendeu. De fato há coerência entre essas duas dimensões e isso aumenta muito a credibilidade de um livro de cunho cristão.

O livro fala sobre justiça, coerência, legalidade, alguns erros das igrejas-instituições, sobre amizade, sobre jejum, sobre pregar o Evangelho com verdade, sobre ter os "olhos limpos", sobre um Jesus único que ensinou e ensina como ninguém, sobre sua singularidade como homem e como Deus. 

Entrou pro daqueles que eu digo: "mudou a minha vida", traz interpretações e informações que não serão esquecidas e te emocionam, abre seus olhos. Ser é o Bastante é uma leitura muito agradável, de uma simplicidade imensa, algo quase  "didático", pra fazer você entender mesmo, mas sem parecer um manual de livro de autoajuda pra conseguir a "felicidade". Quando conheci o Carlos Queiroz, em um curso de férias da ABU, não havia um dia sequer em que eu não chorava, também não houve um capítulo sequer deste livro que não deixou uma marca em mim.

E não foi o Carlos Queiroz, não foi o livro em si, mas a forma como Jesus se apresentou e foi apresentado a mim desta vez que me fez gostar demais deste livro. A forma como Jesus quer que sejamos felizes. Recomendo mesmo.

"Na tentativa de perceber Jesus, deparei-me como um Ser Divino e humano transitando entre ricos e pobres, comendo com publicanos e pecadores e, ao mesmo tempo, dialogando com religiosos; esteve entre a plebe e o palácio; à beira do caminho e na sinagoga. Aliviando dores e provocando sofrimentos, construindo a paz e estabelecendo outras guerras. Conheci Alguém com jeito de gente grande, plena maturidade." (p. 15)
"Felizes, portanto, são aqueles que, vislumbrando o Inominável, Indescritível, o Ser que escapa a todas as categorias racionais, se reconhecem demasiadamente indignos, pobres, não tendo absolutamente nada que a Ele possam oferecer. E são felizes porque, a despeito dessa condição, sentem-se acolhidos e amados por Ele. As demais bem-aventuranças são desdobramentos da conexão do discípulo com a Fonte da Vida." (p. 56)




"Sinto-me só".

Sinto-me só é um livro escrito por Karl Taro Greenfeld, que não é apenas autor, mas também personagem da história. Segundo a Publishers Weekly o livro é uma "história tocante sobre uma família simultaneamente destruída e unida pelo autismo". Apesar de Greenfeld ser um dos personagens, enquanto você vai lendo fica parecendo uma realidade meio distante, que é apenas mais uma ficção, porque fica meio difícil entender como essa pessoa expôs tudo o que ela pensou em sua infância e adolescência sobre seu irmão e sua família, todas as suas dificuldades em se relacionar, seus problemas com drogas e etc. Karl conta a história de seu irmão, Noah, autista numa época onde não havia tratamentos, onde não havia recursos nem profissionais especializados, onde tudo era "experimentação". A vergonha, a dificuldade de aceitar a dificuldade do irmão, o peso de ser considerado "normal" e não responder às expectativas dos pais e da sociedade são temas do livro.

Como estudante de psicologia o livro foi muito interessante pra mim que tenho um interesse por trabalho com crianças e curiosidade e interesse também pelo tratamento do autismo e suas nuances, então, em diversos momentos do livro, eu enxerguei todas as teorias que ando estudando, o que é muito bom pra avaliar o que afinal de contas eu sei e, como o livro se trata de uma história verídica, entender um pouco também do lado da família, o que em qualquer tratamento psicológico é essencial, além de ter informações interessantíssimas a respeito dos absurdos que aconteciam em nome da psicologia, maus tratos, falsas promessas de cura e etc.

O drama de Noah é com certeza parte essencial do livro, afinal, ele é o protagonista na vida da família inteira, mas a tensão de Karl como um garoto numa família completamente diferente (mãe oriental, pai judeu, irmão autista num EUA extremamente preconceituoso) e problemática de ter que ser o filho "normal" toma um espaço muito grande na história e é riquíssima! Você se emociona em muitos momentos.

Recomendo. Não foi um livro que mudou a minha vida, mas é muito interessante e tem boa trama ;)

"Nesse momento ainda não sei disso, mas meu relacionamento com Noah é o mais unilateral que jamais terei. Ele parece ter perdido o interesse por mim, e eu ainda tento fazê-lo sair de si mesmo e brincar. Quero um irmão. Desesperadamente." (p. 53)
"Estamos tropeçando como família, perdendo o passo, fazendo progressos insignificantes. Os membros da família devem sentir que estão andando para frente como uma unidade, que se dirigem juntos a um futuro brilhante. É esse o conceito que mantém toda a operação funcionando. Um dia, os filhos vão amadurecer, crescer e ocupar seu lugar na sociedade. Os pais vão se dedicar a suas carreiras ou seus projetos, cuidar desses filhos, acumular importantes conquistas financeiras e sociais, e os membros da família vão se beneficiar teórica e simbioticamente. Não interessa se a realidade é frequentemente - sempre? - desordenada. Gostamos da ilusão de que somos melhores juntos do que separados." (p. 194)"